Os 5 mais notórios casos de vandalismo em museus russos; veja fotos

Guennádi Chirokov trabalhando na restauração da pintura "Dánae", de Rembrandt Harmenszoon van Rijn.

Guennádi Chirokov trabalhando na restauração da pintura "Dánae", de Rembrandt Harmenszoon van Rijn.

Rudolf Kutcherov/Sputnik
Diversas obras-primas já estiveram à beira da destruição e só voltaram às salas de exposições graças ao trabalho de restauradores. Escolhemos cinco incidentes com obras únicas ocorridos em museus russos.

"Ivan, o Terrível, e o Seu Filho Ivan em 16 de Novembro de 1581", Iliá Répin

No inverno de 1913, os visitantes da Galeria Tretiakov em Moscou ouviram uma voz alta: “Chega de sangue! Chega!". Com estas palavras, o velho crente Abram Balachov atacou a mais famosa pintura de Iliá Répin, notório pintor realista russo da passagem do século 19 para o século 20, e a golpeou três vezes com uma faca, cortando os rostos do tsar e de seu filho. Os impactos foram tão fortes que a lâmina ficou presa no quadro.

A equipe da galeria conseguiu deter o vândalo, mas sofreu um verdadeiro choque: o administrador do museu e artista Iliá Ostroukhov pediu demissão, enquanto o curador da exposição Egor Khruslov cometeu suicídio devido à crise nervosa.

Fragmento da pintura de Répin

Iliá Répin foi com urgência a Moscou com uma equipe de restauradores para salvar a obra. O artista teve que pintar novamente fragmentos danificados.

Balachov foi enviado a uma clínica psiquiátrica, mas não por muito tempo. O destino do vândalo é desconhecido.

Um século depois, a história se repetiu: em 2018, um visitante bêbado, Ígor Podpôrin, pegou um poste de cerca e bateu na moldura e no vidro que cobria a mesma pintura de Répin. A obra-prima foi danificada em três lugares. Para sua restauração, o museu criou uma sala separada onde o trabalho durou mais de quatro anos. Podpôrin foi condenado a dois anos e meio de prisão.

“Dánae”, Rembrandt

A obra-prima do pintor holandês do século 18, que faz parte da coleção do maior museu da Rússia, o Hermitage, poderia ter desaparecido devido aos terríveis danos infligidos por Bronius Maigys. Em 1985, esse turista da Lituânia perguntou ao funcionário do Hermitage qual pintura era a mais valiosa no museu e, após receber a resposta, foi até o quadro de Rembrandt e o esfaqueou várias vezes e o molhou com ácido sulfúrico. Diante dos olhos dos visitantes, a magnífica “Dánae” começou a borbulhar. Quase trinta por cento da camada de tinta foi destruída. Os zeladores retiraram imediatamente a pintura da parede e começaram a jogar água sobre ela, o que, segundo os restauradores, permitiu salvar a maior parte da obra. 

Obra-prima danificada

A restauração da obra-prima de Rembrandt levou mais de 12 anos, embora alguns fragmentos tenham sido perdidos para sempre. Em 1997, o quadro voltou ao Hermitage.

O Hospital Psiquiátrico nº 5 de Leningrado examinou Maigys e concluiu que ele tinha um baixo nível de inteligência e esquizofrenia lenta.

Em 1985, o tribunal considerou Maigys culpado, mas devido ao diagnóstico, o libertou da responsabilidade criminal e o enviou a um hospital psiquiátrico para tratamento compulsório. Maigys deixou o hospital somente em 1992.

"Três Figuras", Anna Leporskaya

Visitante fotografa a pintura

Em dezembro de 2021, Aleksandr Vassíliev, o segurança do Centro Iéltsin em Iekaterimburgo, usou uma caneta para desenhar os olhos de duas figuras não objetivas em uma pintura da artista de vanguarda Anna Leporskaya da coleção da Galeria Tretiakov. Segundo o vândalo, ele fez isso por tédio, considerando a obra da aluna de Malevich um desenho infantil. A obra foi restaurada, e o tribunal anulou a sentença de Vassíliev porque não considerou suas ações como dano intencional. 

Busto de Petronia Prima

A escultura

A “aprimoração” de obras artísticas não é, na verdade, uma ocorrência tão rara. O busto de Petronia Prima, por exemplo, que fica no Jardim de Verão de São Petersburgo, também foi pintado com olhos por um desconhecido no outono de 2022. Felizmente, não foi a obra original de Antonio Corradini que fica no Palácio Mikháilovski, mas apenas a sua cópia em mármore artificial.

Linoleogravura de Vadim Sidur

As visões religiosas também podem se tornar motivo de ataques a obras de arte. Em 2015, ativistas ortodoxos da associação “Vontade de Deus” atacaram a exposição “Esculturas que não vemos”, realizada no centro da capital russa. Os vândalos não gostaram das obras do inconformista Vadim Sidur pois, segundo eles, o artista retratou Deus de forma obscena. Os ortodoxos danificaram diversas linoleogravuras dedicadas à crucificação de Cristo e a escultura de João Baptista.

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