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O diretor Iúri Norstein revelaria mais tarde que o protótipo do personagem do ouriço foi emprestado de um ícone que representava o rosto de Cristo:
“Quando fizemos o ouriço, estávamos olhando para os ‘Spas’ (“Salvador”) de Andrei Rublev... A ideia era criar um senso de universalidade do protagonista — seu olhar, movimentos…”
Outra fonte de referência inesperada foi ‘A Divina Comédia’, de Dante, no que diz respeito à história: o ouriço se encontra na fronteira entre dois mundos - uma espécie de Purgatório. Mas no final, quando quase se afoga, ele é salvo por uma força desconhecida. E assim foi com a jornada de Dante pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, em seu caminho para encontrar com Deus.
Ao apresentar a ideia ao painel artístico, Norstein descreveu-a usando uma frase reveladora: “No meio da jornada de nossa vida, encontrei-me em uma floresta escura” – as primeiras linhas de ‘A Divina Comédia’.
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