Um dândi (indivíduo requintado) descontente e entediado rejeita uma garota provinciana. Alguns anos depois, ela está casada com um nobre e se tornou uma mulher sofisticada e vivida. O dândi enfim se apaixona por ela, mas ela o rejeita e permanece fiel ao marido.
Por trás dessa história simples há um panorama completo da vida russa.
Ilustração de Konstantin Ivánovitch Rudakov para Eugênio Onêguin.
Coleção particularEugênio Onêguin é um jovem aristocrata russo. Embora educado e inteligente, é superficial e indiferente a tudo. Como não tem nada melhor a fazer, ele se ocupa com entretenimentos fúteis, vida social e casos amorosos.
Entediado da vida na capital russa e vítima da “khandra”– um misto de melancolia e depressão –, ele se muda para uma área rural, onde herda a propriedade de seu falecido tio. Lá, ele faz um novo amigo, Vladímir Lênski.
Lênski apresenta Onêguin a sua noiva, Olga Larina, e à irmã dela, Tatiana Larina. Tatiana tem uma personalidade reticente e reservada, mas também pensativa e romântica. Ela lê romances, acredita em presságios e sonhos de amor.
Tatiana se apaixona por Onêguin e se declara a ele por carta. Onêguin fica comovido com os sentimentos da moça, mas mesmo assim a rejeita. A indiferença de Onêguin deixa Tatiana de coração partido. Onêguin, por outro lado, retorna rapidamente à vida normal.
Algum tempo depois, Lênski convence Onêguin a comparecer à festa de aniversário de Tatiana. Ali, Onéguin fica irritado com o excesso de sensibilidade de Tatiana e o barulho. Ele decide se vingar de Lênski e passa a noite inteira cortejando Olga, a noiva do amigo.
Lênski fica indignado e desafia Onêguin para um duelo. Embora nenhum deles queira dar continuidade ao desafio na manhã seguinte, eles não podem recuar. É assim que Onêguin mata seu amigo Lênski e deixa a propriedade para sempre.
Sem Onêguin por perto, Tatiana vê a superficialidade dele examinando as coisas que ele deixou para trás. Preocupada, a mãe de Tatiana a leva para Moscou e arranja o seu casamento com um general rico, poderoso e respeitado. Embora Tatiana não o ame, ela aceita o matrimônio.
Anos depois, Onêguin retorna a São Petersburgo e encontra Tatiana por acaso em uma reunião social. Desta vez, porém, ela está muito diferente: a moça reservada e reticente se transformou em uma mulher brilhante e admirada pela alta sociedade de São Petersburgo. Onêguin se apaixona por ela.
O protagonista escreve uma carta apaixonada para Tatiana, pede desculpas pela frieza que lhe dedicara no passado e tenta despertar seus antigos sentimentos — mas ela o rejeita. Aliás, Onêguin descobre que Tatiana ainda o ama, mas ela afirma que permanecerá fiel ao marido para sempre.
O duelo de Onêguin e Lênski em uma pintura de Iliá Répin.
Museu Púchkin de Belas ArtesEsta história, bastante simples, é chamada no país de origem de “enciclopédia da vida russa”. Aleksandr Púchkin passou oito anos escrevendo este livro de apenas oito capítulos. Ao terminar, o autor o chamou de “façanha”, destacando o grande esforço dedicado a escrevê-lo.
Rico em detalhes, personagens e cenários, o romance passou a ser conhecido como “a enciclopédia da vida russa” já na década de 1820. Desde a publicação do primeiro capítulo, em 1825, até hoje, a obra fascina os leitores com a sua composição complexa, a abundância de temas abordados, a descrição minuciosa de detalhes do cotidiano e a profundidade dos personagens, desenvolvidos com uma habilidade inigualável.
Neste romance, o leitor aprende quase tudo sobre a época: como as pessoas se vestiam, o que valorizavam e o que as preocupava. No geral, o livro reflete toda a vida russa no início do século 19.
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