Retrato de Turguêniev pelos irmãos Kurnakov.
SputnikAo voltar do exterior, um caçador russo viaja com um cachorro e escreve histórias muito diversas sobre camponeses comuns.
O servo Khor, apesar de não saber ler, é inteligente a seu modo e consegue até mesmo enriquecer. Ele sabe como se aproximar do proprietário e vive até mesmo deparado dos outros camponeses.
Já Arina servia como copeira à mulher de um conde de Petersburgo. Os senhorios não permitiam que a copeira se casasse e, quando Arina engravidou de um criado, o conde a enviou ao campo. Seu filho morre, e o moleiro a compra e casa com ela.
A coletânia de contos leva enorme popularidade a Turguêniev. Apesar disso, o censor que permitiu sua publicação foi demitido por ordem pessoal do tsar Nikolai 1°.
Turguêniev criticava abertamente demais a falta de direitos dos servos. Dá para imaginar que esta é um das poucas obras da literatura russa do século 19 em que simples camponeses estão em primeiro plano, e não nobres?
O sombrio intelectual Bazarov chefa com seu jovem amigo otimista para visitar o pai e o tio do último. Eles conversam, mas não conseguem concordar: a geração mais jovem insiste em seu ponto de vista sobre o mundo, na negação das regras de decoro, moral e até Deus que estavam em voga então.
A geração mais velha não aceita esses novos pontos de vista. Em sua negação de tudo, Bazarov rejeita também o amor de uma mulher inteligente e independente.
Foi a partir deste livro que a sociedade russa ficou sabendo sobre a existência de gente como Bazarov: os niilistas. Turguêniev também ridicularizou a emancipação e introduziu uma personagem caricatural: a dama que fuma e fora de propósito cita pensamentos que absorve em livros inteligentes.
Qualquer pessoas que conheça pelo menos um pouco da literatura russa já ouviu falar deste romance. Seu título passou a ser empregado em profusão e até se tornou uma expressão.
Graças ao romance, os russos pensam e repensam filosoficamente na eterna questão dos “pais e filhos”.
O narrador conhece na Alemanha um casal estranho: Gaguin e sua irmã Ássia... Mas pode ser que ela não seja irmã coisa nenhuma? No final das contas, surge um sentimento entre o narrador e Ássia, mas eles não estão destinados a ficar juntos.
É preciso dizer que as moças na prosa de Turguêniev são personagens profundas, com uma gama de emoções, possibilidade de sentimentos verdadeiros e, mais importante, uma moral muito mais estável que os homens.
Dificilmente se pode encontrar na literatura russa muitos livros com final feliz, e as histórias de amor felizes são ainda mais raras. Se você não encontrar uma tradução de “Ássia”, também pode ler “Primeiro Amor” – é verdade, porém, que após a leitura vai rolar um rio de lágrimas ainda maior.
O nobre Lavretski viveu por um longo tempo em Paris, mas sua mulher o trocou e ele voltou para a propriedade da família, na Rússia central. Ali, ele se apaixona pela jovem e profundamente religiosa Liza. Mas quando acaba de lhe declarar seu amor e explicar seus sentimentos, descobre que sua mulher voltou...
O romance é um pouco decadente, e trata da degeneração do “ninho dos fidalgos”, o abandono de propriedades, a vida e as pessoas, nunca plenas. Antes, ali se fazia música, discutia-se literatura e política, e agora todos partiram para o exterior ou se mudaram para as cidades grandes. Até as próprias pessoas como que decaíram, escreve, de maneira nostálgica, Turguêniev.
Elena era uma senhorita fora do comum que queria apaixonadamente ajudar os desafortunados e miseráveis, os doentes e os animais. Sua forte natureza exigia a manifestação de um grande amor. Um dia, ela conhece um búlgaro obcecado com a ideia de salvar seu país dos turcos. Mas ele não queria desistir de sua honra por amor.
Após Turguêniev testemunhar a Revolução de Fevereiro de 1848 na França, com seus pogroms e pilhas de defuntos, seu antigo espírito revolucionário minguou. Mas ele estava interessado em retratar justamente tal herói, que tinha sede de mudança.
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