Os 5 melhores filmes de Andrei Zvyagintsev

Mariana Spivak em "Sem amor".

Mariana Spivak em "Sem amor".

Andrei Zvyagintsev/Non-Stop Production, 2017
Chamado até de “Ingmar Bergman russo”, Andrei Zvyagintsev pertence à nova geração de cineastas russos a alcançar público global.

Nascido na Sibéria, o diretor Andrei Zvyagintsev (pronuncia-se Andrêi Zviáguintsev) queria ser diretor de cinema desde a infância. Inspirado por Andrêi Tarkóvski, Robert Bresson e Michelangelo Antonioni, Zvyagintsev conseguiu criar sua própria linguagem cinematográfica.

Depois de estudar para ser ator, ele nunca quis fazer “blockbusters”. Seus filmes são apelo existencialista universais, abordando temas dostoievskianos de injustiça, sofrimento e traição com um toque moderno. Os filmes de Zvyagintsev sempre têm uma ambiguidade de significado.

1. O Desterro (2007)

Maria Bonnevie como Vera em

Em “O Desterro”, Zvyagintsev estuda as nuances, sutilezas e complexidades da alma humana por meio das relações familiares. Aleks, Vera e seus dois filhos passam o verão em um subúrbio comum. Vera está descontente com Aleks, e no dia em que descobre que está grávida, isso causa uma tempestade em seus sentimentos.

Aleks interpreta a confusão e a ansiedade de sua linda esposa como uma prova de sua infidelidade. O ciúme mostrará ser apenas o primeiro de uma série de desafios que ele terá que enfrentar.

Konstantin Lavronenko como Aleks em

O filme se passa em um país pitoresco sem nome, que poderia ser a Bélgica, a França ou a Moldávia (as filmagens ocorreram em todos os três países). O drama é estrelado pela atriz sueca Maria Bonnevie e um dos atores favoritos de Zvyagintsev, Konstantin Lavronenko, que ganhou o prêmio de “Melhor Ator” em Cannes em 2007.

2. Leviatã (2014)

Aleksei Serebriakov e Elena Liadova em

Um cenário marcante, ótimos diálogos, bela música (composta pelo renomado americano Philip Glass) e um sabor amargo. “Leviatã” se passa em uma cidade litorânea de província na Rússia e as filmagens se deram em uma aldeia remota ao norte de Teriberka, na costa do Mar de Barents.

A estonteante fotografia de

O infeliz Nikolai (interpretado por Aleksei Serebriakov) confronta um prefeito corrupto depois de descobrir que sua casa será demolida para dar lugar a uma igreja. O protagonista trava uma verdaderia batalha contra o prefeito para resistir à ilegalidade e à desordem.

“Leviatã” foi o quarto longa de Zvyagintsev e ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro — premiação que a Rússia levou pela primeira vez em quase cinco décadas. O filme estreou no Festival de Cinema de Cannes, onde também conquistou o cobiçado prêmio de “Melhor Roteiro”, em 2014.

3. O Retorno (2003)

Konstantin Lavronenko em

Zvyagintsev alcançou o estrelato instantâneo depois de ganhar o Leão de Ouro de Veneza, em 2003, por "O Retorno", seu filme de estreia.

Nele, os irmãos adolescentes Ivan e Andrei vivem sem o pai por doze anos, até que, um dia, a mãe lhes informa que o pai voltou e está em casa, dormindo. Para compensar o tempo perdido, o autoritário pai leva os dois para pescar em lagos distantes. Essa jornada mudará a vida de todos, com conflitos internos intermináveis.

Zvyagintsev conta histórias de um modo direto, forte e simples. Suas histórias histórias têm apelo universal, como “O Retorno”, uma poderosa parábola de pais e filhos. A fotografia de Mikhail Krichman é tão pungente que deixa o espectador sem fôlego.

No dia da chegada do pai, os meninos examinam uma ilustração da Bíblia — “Abraão sacrifica [seu filho] Isaque”, e o filme de Zvyagintsev se desenrola como nos sete dias “bíblicos” da Criação - de domingo a sábado. Ivan e o irmão observam o pai dormindo, pela primeira em 12 anos, e, nesta cena, assim como na cena final do filme, ele lembra o Cristo morto da famosa pintura de 1480 de mestre italiano Andrea Mantegna.

“O Retorno” é cheio de paralelos mitologicos e conotações bíblicas, mas esses elementos podem ser completamente desconhecidos pelo espectador, pois é possível curti-lo simplesmente com um escelente thriller psicológico.

4. Elena (2011)

Nadêjda Markina eAndrei Smirnov em

O terceiro longa de Zvyagintsev, “Elena”, é a história do dramático relacionamento de uma mulher da classe trabalhadora com seu, marido rico e idoso, e um filho adulto de seu primeiro casamento.

Aos quase 50 anos, Elena encontra-se presa em algum lugar entre o paraíso do apartamento de seu marido, no centro de Moscou, e o inferno do subúrbio pobre da família de seu filho, cujos habitantes sugam dinheiro de seus parentes ricos descaradamente. Para tornar a vida de todos “mais fácil”, Elena (brilhantemente interpretada por Nadêjda Markina) terá que fazer uma escolha moral.

Nadezhda Markina in 'Elena'.

O título de Zvyagintsev estreou no Festival de Cinema de Cannes, onde foi homenageado com um “Prêmio Especial do Júri”, em 2011. Em 2019, o drama familiar se tornou o único filme russo a entrar na lista dos 50 melhores filmes da década de 2010 da revista Rolling Stone.

5. Sem amor (2017)

Mariana Spivak em

Em “Sem amor”, Zvyagintsev joga luz sobre um casal de Moscou envolvido em um divórcio difícil. Embora ainda oficialmente casados, os dois são completos estranhos um para o outro. Borís vive com sua nova namorada, que está grávida, enquanto Jênia tem uma relação picante com um novo amante rico.

Nenhum dos dois se preocupa em como o divórcio afetará o filho, Aliôcha, de 12 anos, que de repente desaparece. Será tarde demais para restaurar o que foi perdido. “Sem amor” deixa o espectador com uma sensação de impotência e desesperança.

Matvei Novikov como Aliôcha em

Andrei Zvyagintsev recebeu o prêmio do júri no 70º Festival de Cinema de Cannes por sua obra-prima. “Sem amor” também ganhou a maior honraria cinematográfica da França, o Prêmio Cesar de “Melhor filme estrangeiro”. O drama de 127 minutos também foi indicado ao Oscar na categoria Filme Estrangeiro.

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