5 atrações russas na Netflix (e mais 2 novidades que vêm por aí)

Oleg Trofim/Bubble Studios,2021; Pavel Kostomarov/Premier Studios, 2019; Michael Lockshin/Central Partnership, 2020
Produções percorrem gêneros diversos e apresentam a Rússia contemporânea sob diferentes perspectivas.

Sparta

Nesta série de suspense policial, lançada originalmente em 2018, o capitão da Polícia Igor Kryukov investiga a morte de uma professora escolar e acaba descobrindo que a instituição já havia registrado ocorrências semelhantes. Ele então percebe que todos na escola usam um jogo de realidade virtual perigoso - do qual acaba também acaba se tornando presa.

Embora siga uma fórmula já conhecida, o quebra-cabeças que se desenrola ao longo da história prende o espectador pelo roteiro bem construído e pela trama repleta de reviravoltas. Além disso, apesar dos cenários simples e da ausência de grandes efeitos visuais, o ambiente de realidade virtual também aumenta as possibilidades de desenvolver o enredo, uma vez que as regras podem ser criadas por qualquer usuário do game.

Para quem curte produções europeias no estilo da alemã ‘Dark’, vale a pena conferir esta produção russa. A série é sombria e traz alguns dos atores mais promissores do país.

A Noiva

Talvez a atração menos interessante desta lista, o suspense ‘A Noiva’ recorre a diversos clichês do gênero, mas, ainda assim, serve como passatempo.

A protagonista Nastya é uma jovem que viaja com o futuro marido para a casa da família dele. Ao chegarem, ela percebe que a visita pode ter sido um grande erro. Cercada por pessoas estranhas, Nastya começa a ter visões temerosas, enquanto os familiares do noivo a preparam para uma misteriosa cerimônia de casamento tradicional eslava. Mas será que ela conseguirá sobreviver aos acontecimentos? O longa mostra uma prática da virada do século de transferir as almas dos mortos em um ritual que terá consequências terríveis.

Embora os créditos iniciais sugiram que se trata de uma história baseada em fatos reais, não se engane - tudo não passa de mera ficção.

Cidade dos Mortos

O que poderia ser mais relevante nos dias de hoje do que uma série emocionante sobre uma epidemia mortal? O estranho vírus se espalha repentinamente com extrema rapidez pela Rússia, incluindo Moscou. Os sintomas da infecção incluem rápida infecção pulmonar, tosse com sangue e olhos vitrificados – as pessoas se transformam em uma espécie de zumbi.

Parece que a única maneira de se proteger é fugindo das grandes cidades; e no caso dos protagonistas, da capital russa – eles decidem se dirigir a um lago remoto ao norte, onde conhecem um abrigo abandonado. Mas a viagem até lá, é claro, é a parte desafiadora, porque todas as fronteiras de Moscou estão fechadas, as pessoas estão enlouquecidas de medo, e há milícias armadas por todos os cantos. O enredo eletrizante se desenvolve lado a lado do drama pessoal e familiar. Afinal, não seria a Rússia se não tivesse muito sofrimento. 

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A série segue as melhores tradições do suspense. Zumbis e criminosos são mostrados de forma realista, e a cinematografia mantém tensão permanente. Além disso, a produção reúne alguns dos mais proeminentes atores russos: Mariana Spivak, famosa por seu papel em “Sem Amor” (2017), de Andrei Zvyagintsev, interpreta uma ex-esposa encrenqueira, enquanto a multipremiada Viktoria Isakova encarna a atual mulher do protagonista da série.

Silver Skates

Lançado sob a marca Netflix Originals, este é um melodrama histórico de Ano Novo russo, mas vale a pena vê-lo em qualquer época do ano. Isso porque o filme tem tudo para agradar tanto os fãs de comédias românticas hollywoodianas, quanto aqueles vidrados em história e pessoas que gostam de histórias em que a liberdade triunfa sobre a crueldade.

O personagem principal Matvey, uma espécie de entregador da UberEats de 1899, tem que entregar com urgência uma torta na casa de uma família aristocrática. Em vez de uma scooter elétrica, o jovem tem um par de patins de prata herdados de seu pai, um acendedor de lampiões. Matvey deixa a confeitaria com colunas douradas, agarra habilmente uma carruagem que passa, pula dela como um gato no rio Neva congelado e se apressa para chegar ao cliente, Desse momento em diante, o espectador é imerso na beleza invernal de São Petersburgo: o mercado de Natal no gelo do Neva, as famosas pontes da cidade decoradas com guirlandas, e cada curva revela majestosos edifícios, igrejas e catedrais históricas, seus telhados pouco a pouco cobertos por um manto de neve.

No decorrer da história, Matvey perde o emprego e, desesperado por dinheiro para pagar uma cirurgia para seu pai, o jovem herói entra em contato com uma sociedade secreta de marxistas, que clama por mudanças de governo e furta cidadãos ricos na feira de gelo.

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Embora ‘Silver Skates’ seja em princípio uma comédia romântica em um mundo imaginário, os cineastas conseguiram transmitir com precisão alguns elementos reais da Rússia pré-revolucionária. Além do mais, os telespectadores que acompanham as notícias russas perceberão de cara a referência satírica à Rússia contemporânea.

Todas as cenas de gelo foram filmadas com muito dinamismo, com tomadas em câmera lenta no momento certo durante as perseguições e lutas (pense em ‘Sherlock Holmes’, de Guy Ritchie), e as danças parecem ter saído de um conto de fadas da Disney.

Masha e o Urso

Este desenho animado mundialmente famoso dispensa apresentações. 

Baseado livremente em um conto de fadas russo sobre uma menina vivendo na floresta e seus contatos com animais fictícios, entre eles um urso de bom coração, Masha e o Urso foi lançado na TV russa em 2009. Desde que surgiu nas telinhas, o desenho foi traduzido para 39 idiomas e já é transmitido em mais de 150 países, entre eles o Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Austrália, Alemanha, Itália e nações do Oriente Médio.

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O cenário é simples: uma garotinha exige a atenção dos pais o tempo todo, mas, assim que eles se distraem, tudo sai do controle com a velocidade da luz. Soa familiar? Sim, independentemente do país ou contexto cultural. Não é à toa que, durante a quarentena imposta em diversos países devido à pandemia do novo coronavírus, o desenho foi um dos programas mais assistidos pela criançada, segundo dados compilados pela Parrot Analytics.

E para quem acha que só os pequenos curtem essa animação, engano feio: público principal de ‘Masha e o Urso’ são crianças com idade entre 2 e 7 anos, mas os criadores também pensaram nos pais. Com isso em mente, foram inseridas “charadas” nas histórias e no visual do desenho que apenas adultos podem compreender. Ou seja, programa para toda família.

VEM POR AÍ

Major Grom: Plague Doctor (7 de julho)

O policial petersburguense Igor Grom é o protagonista deste filme de ação em que nem tudo é o que parece. Ao contrário do já citado ‘Silver Skates’, a São Petersburgo aqui é sombria e desoladora, mais parecida com uma versão russa de Gotham City.

Entre cenas emocionantes, e às vezes engraçadas, Major Grom (cujo sobrenome significa ‘trovão’ em russo) é capaz de deter os criminosos seja detrás do volante de um caminhão de lixo ou com os próprios punhos. Já o antagonista, Plague Doctor, e seus acólitos espalham terror por onde passam - os seres indesejáveis ​​são despachados com pouca atenção, carros queimam e explodem durante protestos de rua. 

Pode até soar um tanto caricatural, mas os efeitos visuais são dignos de um verdadeiro filme de super-herói - com a diferença de que Major Grom não é aquele personagem padrão de Hollywood que adquire poderes incríveis por meio de um acidente estranho ou dispositivos sofisticados. Ele é simplesmente rápido, ágil e inteligente.

Em entrevista ao portal DTF, o diretor Oleg Trofim garantiu que o filme não tem motivação política. No entanto, o telespectador atento perceberá paralelos entre Plague Doctor e o oposicionista Aleksêi Naválni, que também faz uso ativo das redes sociais para interagir com seus apoiadores.

Anna K (segundo semestre de 2021)

A Netflix anunciou recentemente sua primeira série dramática original russa  ‘Anna K’, que terá Svetlana Khodchenkova no papel principal. Segundo a assessoria da plataforma de streaming, a produção será uma versão moderna do clássico de Lev Tolstói  ‘Anna Karenina’.

‘Anna K’ se passa na Rússia contemporânea, onde a socialite Anna Karenina, futura esposa do governador de São Petersburgo, começa um caso de amor fatídico com Vronski, o herdeiro de um império de alumínio. O caso rapidamente foge do controle, “ameaçando o delicado equilíbrio de laços familiares e relações sociais”. O drama se desenrola entre a cosmopolita Moscou, a histórica São Petersburgo e a dura realidade do interior russo. 

A nova série russa terá lançamento mundial, com data a ser anunciada em breve.

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