A natureza idílica do pintor russo Ivan Chíchkin (FOTOS)

Um dos maiores nomes da arte russa, Ivan Chíchkin morreu há 121 anos, em 20 de março de 1898, em seu próprio estúdio.

Há 121 anos, em 20 de março de 1898, morria o pintor russo Ivan Chíchkin em seu próprio estúdio, atrás de um cavalete que continha o início de uma obra.

Chíchkin nasceu em 25 de janeiro de 1832, em Ielábuga, uma cidadezinha provinciana às margens do rio Kama. Ele ingressou na Escola de Pintura e Escultura de Moscou, já aos 20 anos (uma idade considerada avançada para iniciar tal formação), e teve que lutado para superar a base patriarcal da família, que se opunha ao desejo dele de ser artista. // "Noite, subúrbios de Moscou, Bratsevo", 1866

Na escola, Chíchkin se sentiu imediatamente atraído pela pintura de paisagens. O artista estava sempre esboçando e desenhando na área florestal de Sokôlniki, nos subúrbios de Moscou. Ele estudava a forma das plantas e da vegetação, mergulhando profundamente na anatomia da natureza com grande entusiasmo. // "Rebanho sob as árvores", 1864

Buscando aprimorar ainda mais suas habilidades, em janeiro de 1856, o artista partiu para São Petersburgo para se matricular na Academia de Belas Artes. A partir desse momento, a biografia criativa de Chíchkin passa a estar intrinsecamente ligada à capital do Norte, onde viveu o resto de seus dias. // "Vista nas proximidades de São Petersburgo", 1856

O Arquipélago de Valaam, que era um refúgio de verão cheio de natureza e paisagens para os estudantes, tornou-se para Chíchkin uma verdadeira escola de aperfeiçoamento. Ele era fascinado pela natureza selvagem e virgem daquelas ilhas, rústicas, mas belas, com suas rochas de granito e pinheiros e abetos seculares. // "Pinha no rochedo", 1855

O equilíbrio épico da floresta russa e a inescapável e elementar pertença da natureza russa na obra de Chíchkin se iniciaram com a pintura "Pesado" (1867). Depois dela, o tema da floresta russa se estendeu até o fim da vida do artista, nunca secando. // "Pesado", 1867

A partir da 1ª Exposição Circulante, Chíchkin passou a participar de exposições por mais 25 anos. Como um dos fundadores da Associação de Exposições Circulantes de Arte, Chíchkin se tornou amigo de Konstantin Savítski, Ivan Kramskoi e, mais tarde, em 1870, Arkhip Kuindji. // "A estrada no centeio", 1866

Em abril de 1874, a primeira mulher de Chíchkin, Evguênia, morreu e, logo depois, foi a vez de seu filho mais novo. Deprimido pela tragédia pessoal, ele abandonou temporariamente o trabalho. Mas, em 1875, na 4ª Exposição Circulante, Chíchkin conseguiu apresentar uma série de pinturas. // "Madeira à tarde", 1869

Em algumas obras, o artista alcança uma alta abstração poética, sem deixar de transmitir um minucioso nível de detalhe. Na década de 1870, um exemplo disso foi “Centeio” (1878). O título "Centeio" expressa, em certa medida, a essência da representação, em que tudo é sagazmente simples, mas profundo. // "Centeio", 1878

Na década de 1880, Chíchkin criou muitas pinturas nas quais ele retornou ao tema do litoral do Báltico: "Fluxo em uma floresta", 1880, "Floresta de pinheiros", 1885, "Recanto de um jardim crescido. Aegopodium podagraria", 1884," Fora do litoral do Golfo da Finlândia" (Udrias perto de Narva)", 1888, etc. // "Nas margens do golfo da Udrias Finlandesa perto de Narva", 1888

Nas décadas de 1880 e 1890, o artista se sentia cada vez mais atraído pela inconstante condição da natureza, seus momentos fugazes. Devido a seu interesse pela luz, ambientes arejados e cores, agora, mais do que nunca, suas criações ficavam imbuídas desses elementos. Um exemplo é o motivo poético e a harmonia artística de "Manhã Nebulosa", 1885. // " Manhã Nebulosa", 1885

Evidentemente, o sucesso de "Nevoeiro em uma floresta de pinheiros" na Exposição Circulante em Moscou motivou Chíchkin a pintar uma paisagem similar com uma cena caracterizada por ursos brincalhões. O delicioso motivo introduzido na imagem contribuiu grandemente para sua duradoura popularidade, mas o verdadeiro valor da peça é a expressão perfeita da natureza. // "Parque em Pavlovsk", 1889

Entre as obras mais famosas do artista está "Manhã em uma floresta de pinheiros". Esta não é simplesmente uma floresta de pinheiros solitária, mas a manhã na floresta, com seu nevoeiro persistente, o tom rosado das copas dos imensos pinheiros e as sombras frescas dos bosques. A presença da família de ursos produz uma sensação de rincão distante e do silêncio ensurdecedor da floresta selvagem. Aliás, os ursos foram pintados por outro mestre: Konstantin Savitski.// " Manhã em uma floresta de pinheiros ", 1889

Na virada dos anos 1880 para os 1890, Chíchkin voltou-se para o tema relativamente incomum (para ele) do torpor invernal da natureza na grande pintura "Inverno" (1890), dedicando-se à difícil tarefa de transmitir reflexos visíveis e uma pintura quase monocromática. // "No norte selvagem", 1891

Às vésperas do século 20, quando diversas tendências surgiam e também uma busca por novos estilos artísticos, Chíchkin continuou firme em seu caminho, criando imagens realistas da natureza russa. "Bosque do mastro" (1898) deu um arremate apropriado para sua jornada criativa. Foi a última e conclusiva imagem de seu próprio épico pessoal. // " Bosque do mastro", 1898

Chíchkin morreu em 20 de março de 1898, em seu estúdio, atrás do cavalete, em que começava a pintar “Reino da Floresta”. // "Cemitério da floresta", 1893

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