10 pinturas do lendário viajante Fiódor Kôniukhov

Fyodor Konyukhov; Andrei Ladygin/Global Look Press
Este padre ortodoxo deu a volta na Terra em um balão de ar quente (e voltou!), atravessou sozinho o Pacífico e o Atlântico remando e escalou os principais picos do planeta. Mas ele não é só um desbravador viajante, como também um artista cujas obras adornam até mesmo as paredes do Museu Russo, em São Petersburgo.

Fiódor Kôniukhov (também grafado, por vezes, "Fyodor Konyukhov"não poderia ser algo diverso do que é: um desbravador viajante e recordista. Segundo ele, seu destino já teria sido revelado no próprio  nascimento, que se deu à beira de um rio enquanto sua mãe estava pegava moluscos para alimentar os pássaros domésticos.

Ele já realizou mais de 50 escaladas em montanhas, atravessou 17 vezes o oceano Atlântico em barcos comuns e voou várias vezes ao redor do mundo, entre elas, até mesmo sozinho em um balão.

Mas nem nos intervalos entre as expedições Kôniukhov também não descansa: ele é também padre, escritor (com quase dez obras relatando suas aventuras) e artista.

“Quando vejo como a Terra é linda, que gente linda existe aqui, quero mostrar isso. Mas como? Sou artista, então desenho. Mas então olho meus desenhos que não consegui transmitir tudo. Assim, nos meus livros conto o que vi, o que ouvi e o que me surpreende”, explica.

Seus livros ainda não foram vertidos ao português, mas você pode se deleitar com as principais obras de Kôniukhov:

1. Everest, 1996

Kôniukhov esteve no Everest duas vezes (na segunda, já aos 61 anos de idade). Esta pintura foi feita em 1996 após a primeira vez em que ele subiu ao pico mais alto do mundo.

2. Icebergs, 2017

Ele foi o primeiro homem a estar em cinco polos da Terra: Norte, Sul, “polo de inacessibilidade”, “polo de altura” do Everest e “polo dos iatistas” cabo Horn. Isto, claro, além dos icebergs da Antártida.

3. No ponto do Polo, 1986

O viajante esteve no Polo Norte três vezes. Por sua expedição de esqui através do Ártico “URSS-Polo Norte-Canadá”, ele foi condecorado com a Ordem da Amizade dos Povos da URSS.

4. Esboço para pinturas da série “Vida e costumes dos povos do Norte”, 1982

Fiódor passou muito tempo no Norte e estudou a população local e seus costumes. Ele atravessou mais de 800 quilômetros sobre um trenó guiado por cães, e os amigos de quatro patas foram seus modelos diversas vezes.

5. Gaivota Vermelha, 2006

"Lancei um olhar ao céu e continuei a remar", escreveu ele nesta pintura. O estilo de Kôniukhov pode lembrar o de Nikolai Rerikh, outro famoso pintor viajante russo do início do século 20. Talvez porque distantes da multidão, a sós com os versos, as tintas sejam muito mais brilhantes que nas empoeiradas cidades.

6. Apóstolo Pedro na porta, 2018

Como o próprio Kôniukhov diz, é durante seus feitos arriscados que ele sente a “junto a si a presença constante de Deus” mais do que nunca. Sua mulher (na Igreja Ortodoxa Russa, os padres podem se casar), Irina, contou ao Russia Beyond que, em 2004, ela atravessou o Atlântico com o marido e o leme de estibordo do iate quebrou, assim como a quilha e a água começou a inundar a embarcação.

Os dois começaram a rezar para Deus e São Nikolai, conhecido como "milagreiro", e prometeram ter um filho, o primeiro deles, caso sobrevivessem. Suas preces foram ouvidas e a primeira coisa que fizeram ao chegar em casa foi construir uma capela em homenagem a São Nikolai, ao lado do estúdio de Fiódor, em Moscou. Mantendo a palavra, em 2005 eles tiveram um filho, batizado como Nikolai.

7. Nas montanhas do Kamtchátka, 1982

Kôniukhov também contornou a Rússia por mar: Vladivostok, Sacalina, Kamtchátka, Chukotka. Ele refez o caminho por água de Vitus Bering e colocou uma placa comemorativa em sua homenagem nas ilhas Comandante.

8. Deserto, 1998

Seguindo as belezas da África, Fiódor criou uma série de colagens de papel colorido. Usando a mesma técnica, ele fez retratos de viajantes famosos e de seus “amigos” em aventuras arriscadas, como a japonesa Naomi Uemura ou o navegador inglês Sir Francis Chichester.

9. Crônicas do continente, 1985

“É preciso sempre estar bastante ciente de para onde você está indo. Antes de escalar o Everest, fiz alpinismo por 19 anos. Antes de dar a volta ao mundo em um iate, pratiquei competições de vela por 20 anos ”, disse Fiódor em uma entrevista.

10. Primavera, 2017

Esta tela tem dois títulos. O outro é “Irinushka [diminutivo de Irina] com uma flor”. A mulher dele, aliás, diz que Fiódor dedicou muitas pinturas a si. Quando ele a viu pela primeira vez, já anunciou que ela seria sua musa.

Se você estiver em São Petersburgo, não perca a exposição de pinturas de Fiódor Kôniukhov, aberta de 28 de março a 13 de maio de 2019 no Castelo de Mikhailovski, em São Petersburgo.

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