Fiódor Kôniukhov (também grafado, por vezes, "Fyodor Konyukhov") não poderia ser algo diverso do que é: um desbravador viajante e recordista. Segundo ele, seu destino já teria sido revelado no próprio nascimento, que se deu à beira de um rio enquanto sua mãe estava pegava moluscos para alimentar os pássaros domésticos.
Ele já realizou mais de 50 escaladas em montanhas, atravessou 17 vezes o oceano Atlântico em barcos comuns e voou várias vezes ao redor do mundo, entre elas, até mesmo sozinho em um balão.
Mas nem nos intervalos entre as expedições Kôniukhov também não descansa: ele é também padre, escritor (com quase dez obras relatando suas aventuras) e artista.
“Quando vejo como a Terra é linda, que gente linda existe aqui, quero mostrar isso. Mas como? Sou artista, então desenho. Mas então olho meus desenhos que não consegui transmitir tudo. Assim, nos meus livros conto o que vi, o que ouvi e o que me surpreende”, explica.
Seus livros ainda não foram vertidos ao português, mas você pode se deleitar com as principais obras de Kôniukhov:
1. Everest, 1996
Kôniukhov esteve no Everest duas vezes (na segunda, já aos 61 anos de idade). Esta pintura foi feita em 1996 após a primeira vez em que ele subiu ao pico mais alto do mundo.
2. Icebergs, 2017
Ele foi o primeiro homem a estar em cinco polos da Terra: Norte, Sul, “polo de inacessibilidade”, “polo de altura” do Everest e “polo dos iatistas” cabo Horn. Isto, claro, além dos icebergs da Antártida.
3. No ponto do Polo, 1986
O viajante esteve no Polo Norte três vezes. Por sua expedição de esqui através do Ártico “URSS-Polo Norte-Canadá”, ele foi condecorado com a Ordem da Amizade dos Povos da URSS.
4. Esboço para pinturas da série “Vida e costumes dos povos do Norte”, 1982
Fiódor passou muito tempo no Norte e estudou a população local e seus costumes. Ele atravessou mais de 800 quilômetros sobre um trenó guiado por cães, e os amigos de quatro patas foram seus modelos diversas vezes.
5. Gaivota Vermelha, 2006
"Lancei um olhar ao céu e continuei a remar", escreveu ele nesta pintura. O estilo de Kôniukhov pode lembrar o de Nikolai Rerikh, outro famoso pintor viajante russo do início do século 20. Talvez porque distantes da multidão, a sós com os versos, as tintas sejam muito mais brilhantes que nas empoeiradas cidades.
6. Apóstolo Pedro na porta, 2018
Como o próprio Kôniukhov diz, é durante seus feitos arriscados que ele sente a “junto a si a presença constante de Deus” mais do que nunca. Sua mulher (na Igreja Ortodoxa Russa, os padres podem se casar), Irina, contou ao Russia Beyond que, em 2004, ela atravessou o Atlântico com o marido e o leme de estibordo do iate quebrou, assim como a quilha e a água começou a inundar a embarcação.
Os dois começaram a rezar para Deus e São Nikolai, conhecido como "milagreiro", e prometeram ter um filho, o primeiro deles, caso sobrevivessem. Suas preces foram ouvidas e a primeira coisa que fizeram ao chegar em casa foi construir uma capela em homenagem a São Nikolai, ao lado do estúdio de Fiódor, em Moscou. Mantendo a palavra, em 2005 eles tiveram um filho, batizado como Nikolai.
7. Nas montanhas do Kamtchátka, 1982
Kôniukhov também contornou a Rússia por mar: Vladivostok, Sacalina, Kamtchátka, Chukotka. Ele refez o caminho por água de Vitus Bering e colocou uma placa comemorativa em sua homenagem nas ilhas Comandante.
8. Deserto, 1998
Seguindo as belezas da África, Fiódor criou uma série de colagens de papel colorido. Usando a mesma técnica, ele fez retratos de viajantes famosos e de seus “amigos” em aventuras arriscadas, como a japonesa Naomi Uemura ou o navegador inglês Sir Francis Chichester.
9. Crônicas do continente, 1985
“É preciso sempre estar bastante ciente de para onde você está indo. Antes de escalar o Everest, fiz alpinismo por 19 anos. Antes de dar a volta ao mundo em um iate, pratiquei competições de vela por 20 anos ”, disse Fiódor em uma entrevista.
10. Primavera, 2017
Esta tela tem dois títulos. O outro é “Irinushka [diminutivo de Irina] com uma flor”. A mulher dele, aliás, diz que Fiódor dedicou muitas pinturas a si. Quando ele a viu pela primeira vez, já anunciou que ela seria sua musa.
Se você estiver em São Petersburgo, não perca a exposição de pinturas de Fiódor Kôniukhov, aberta de 28 de março a 13 de maio de 2019 no Castelo de Mikhailovski, em São Petersburgo.
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