A bailarina e professora de balé Agrippina Vaganova nasceu em São Petersburgo há 135 anos. Sua carreira começou imediatamente após sua formatura, na mais antiga escola de balé da Rússia. Naquela época, ela nem podia imaginar que a escola levaria seu nome apenas 50 anos mais tarde.
A primeira escola de balé profissional russa foi fundada em 1738, sob ordem da imperatriz Anna da Rússia (Anna Ioannovna), pelo francês Jean-Baptiste Landé, mestre de dança no Corpo da Nobreza Fundiária de Petersburgo. Nos tempos pré-revolucionários, a maioria dos professores da escola eram estrangeiros.
Na virada do século, a mais famosa escola de balé russa ainda engatinhava e incorporava as técnicas da escola italiana e a elegância da francesa. No entanto, ainda ela não havia encontrado uma prática pedagógica definida. Esta tornou-se a principal tarefa da vida de Agrippina Vaganova.
Em 1897, ela foi aceita na trupe de balé do Teatro Marínski. Seus atributos físicos "desanimadores" atrasaram a carreira da dançarina. Ela permaneceu no corpo de baile por muitos anos. Com o tempo, Vaganova aprendeu a desviar a atenção para suas técnicas, fazendo com que se esquecessem de sua baixa estatura, da constituição corpulenta e da cabeça grande, além de pernas volumosas e musculosas.
Foi a técnica de Vaganova que permitiu que ela executasse brilhantemente suas próprias variações de solo. No entanto, nem todos se impressionavam com seu desempenho. Marius Petipa, por exemplo, a criticava sem piedade.
A bailarina relembrava da vida nos palcos com amargura. Ela só recebeu papéis principais no final da carreira. Em 1915, ela recebeu o título de "bailarina", mas deixou a carreira nos palcos em 1916. A partir de 1921, Vaganova começou a ensinar na escola onde ela mesma tinha estudado.
Aos poucos, seus alunos espalharam seu método por todo o país. Galina Ulanova foi uma das primeiras e mais importantes bailarinas a personificarem os resultados de seu método.
A partir de 1963, Natalia Dudinskaia, colega de classe de Ulanova, passou a lecionar na Academia. A mestra Vaganova considerava Dudinskaia como sua sucessora.
Ulanova, por sua vez, treinou Ekaterina Maksimova, que deu início ao balé dos anos 1960, e seu marido e parceiro eterno Vladímir Vassiliev. A década de 1960 foi uma época de busca artística e inovações. Vassiliev e Maksimova eram as “crianças dos anos 1960” na cena do balé. O casal fez um sucesso após o outro.
Maksimova também passou os segredos da escola de Vaganova para seus alunos. Uma das graduadas da academia que figura entre as mais brilhantes estrelas do balé russo moderno é Uliana Lopatkina.
Svetlana Zakharova, também se formou na Academia de Balé Vaganova. Ela se uniu imediatamente ao Balé Marínski, onde foi virou dançarina principal após seu primeiro ano, quando tinha apenas 17 anos de idade. Hoje, seus esforços estão voltados a facilitar o estudo da dança. "Tenho muito orgulho de ter patrocinado um projeto de lei que permite que alunos de academias de arte, não apenas academias de dança, frequentem de escolas integradas comuns."
A também bailarina principal Diana Vichneva, que se graduou na mesma escola, doa muito de seu tempo a treinar jovens dançarinos. “Eu vejo como os rostos deles se iluminam quando recebem esse sério impulso na direção que querem, essa mão amiga”, diz. Assim, o método de Vaganova continua sua procissão ao redor do mundo.
O "método Vaganova" teve papel determinante na história do balé, originando muitas gerações de estrelas do balé russas. A publicação do livro “Princípios Básicos do Balé Clássico” tornou o método Vaganova acessível ao mundo todo.
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