10 museus privados imperdíveis em Moscou e São Petersburgo

Cultura
OLEG KRASNOV
As coleções de museus famosos como os estatais Hermitage, em São Petersburgo, e Galeria Tretiakov, em Moscou, nunca deixam de surpreender. Mas os museus privados russos, apesar de terem surgido há muito menos tempo, também reservam surpresas agradáveis aos amantes da arte.

Na Rússia, os museus estatais tinham quase monopólio total das coleções de arte até 1991, quando se deu a queda da União Soviética. A partir daí, porém, russos abastados não apenas compraram diversas obras de arte, como também abriram seus próprios museus ao público.

O Russia Beyond compilou uma lista dos 10 principais estabelecimentos do tipo:  

1. Museu Garagem de Arte Contemporânea, Moscou

Fundado em 2008, o Garagem é fruto das ideias de Dacha Jukova e seu ex-marido, o bilionário Roman Abramovich. O museu mudou-se para seu endereço atual, no Parque Górki, no centro de Moscou, há dois anos.

O prédio, que em tempos soviéticos abriu um restaurante, foi reformado pelo renomado arquiteto holandês Rem Koolhaas.

O estabelecimento não tem uma coleção permanente, mas traz exposições de arte pós-guerra e contemporânea do mundo inteiro, com nomes como Antony Gormley, Mark Rothko, Raymond Pettibon e Takashi Murakami.

Lá também já esteve em exibição a coleção de bens de luxo do bilionário francês François Pinault.

2. Museu Fabergé, São Petersburgo

O bilionário Viktor Vekselberg gastou aproximadamente 120 milhões de dólares em 2004 para adquiris a coleção de Malcolm Forbes antes de ela ir a leilão no Sotheby, em Nova York.

Estes tesouros foram feitos para a família imperial pelo joalheiro da corte Carl Fabergé. A coleção tem nove ovos pascoais imperiais e outros 200 itens que agora estão à mostra nos magníficos cômodos do Palácio Chuvalov, em São Petersburgo.

No museu são exibidos não apenas as obras de Fabergé e seus artesãos, mas também artes religiosas russs, decorativas e aplicadas que os especialistas contratados por Vekselberg buscaram mundo afora: ícones, prataria, porcelana, relógios e joias.

O museu também tem exposições temporárias de pinturas e mostras anteriores incluem nomes como Frida Kahlo e Salvador Dali.

3. Museu do Impressionismo Russo, Moscou

Em 2016, este antigo armazém de farinha foi transformado em museu pelos arquitetos britânicos John McAslan + Partners.

Financiado pelo empresário Borís Mints, o museu tem obras de impressionistas russos, entre eles contemporâneos dos inovadores franceses do fim do século 19, assim como artistas atuais.

A exposição permanente inclui pinturas magníficas de Valentín Seróv, Konstantín Korôvin, Borís Kustódiev e Piôtr Kontchalovski.

Já as exibições temporárias trazem obras de artistas contemporâneos que os curadores classificam como “impressionistas russos”, por exemplo, Arnold Lakhovski e Valéri Kochliakov.

4. Instituto de Arte Realista Russa

Localizado em uma fábrica do início do século 20, este museu foi aberto pelo milionário Aleksêi Ananiev. Sua coleção é voltada à arte do período soviético, desde pinturas pós-revolucionárias e trabalhos gráficos até o “Estilo Severo”, ou seja, a arte oficial soviética do período Stálin-Brejnev.

Este estabelecimento parece um pouco melancólico, mas ali você verá retratos de líderes da Revolução e do Partido Comunista próximos a atletas mulheres de Aleksandr Deineka e paisagens fantásticas de Hieorhij Niski e Iúri Pimenov.

5. Novo Museu (Nôvi Muzei), São Petersburgo

O colecionador e mecenas Aslan Tchekhoiev, que morreu repentinamente em 2016, deixou um museu com uma enorme coleção de arte não oficial soviética e arte contemporânea russa.  

Sua mulher leva adiante a ativa empreitada das exposições. A mostra permanente representa o “crème de la crème” do não conformismo russo, desde Evguêni Mikhnov-Voitenko até Oscar Rabin e Vladímir Nemukhin, junto a artistas contemporâneos vivos, como Iliá Kabakov, Grisha Bruskin, AES +F e outros.

6. Museu dos Ícones Russos, Moscou

Desde que abriu , este é o único museu privado que não cobra entrada. Em 2016, ele celebrou seu 10° aniversário.

Fundada pelo empreiteiro Mikhail Abramov, a coleção tem mais de 5 mil itens, entre ícones e ornamentos religiosos, assim como esculturas religiosas em madeira e fundidas.

Além de arte russa, há ali também arte bizantina e grega pós-bizantina, além de uma coleção de arte etíope cristã.

7. Fundação Cultural Ekaterina, Moscou

Fundada por Vladímir e Ekaterina Semenikhin, este é o maior espaço de exposições no centro de Moscou.

O casal traz seus próprios tesouros ecléticos ao local, desde arte acadêmica russa do século 19 até luminares a arte contemporânea global, assim como exposições “blockbuster” itinerantes, como “Os anos de Grace Kelly” e “Sobre os tubarões e a humanidade”.

A fundação também recebeu as mostras de Valie Export, Andreas Gursky, David Lynch e Annette Messager, assim como muitos outros artistas russos e ocidentais.

8. Museu Erarta de Arte Contemporânea, São Petersburgo

Este museu privado de São Petersburgo funciona como espaço de exibições e de performances de teatro e música.

Sua coleção tem cerca de 3 mil obras de artistas russos, desde o pós-guerra até os dias atuais, executadas por meio de diversas técnicas, de pinturas e esculturas a arte em vídeo.

O estabelecimento tem em média cinco exposições temporárias simultâneas, e sempre há algo para todos os gostos em arte contemporânea russa!

9. Fundação In Artibus, Moscou

Esta fundação traz diversas exposições que refletem o espírito eclético de sua criadora, Inna Bajenova, que também é proprietária da famosa revista mensal inglesa “The Art Newspaper”.

Em sua coleção, um altar medieval coexiste harmoniosamente com paisagens de Maurice Utrillo, desenhos de François Boucher em estilo rococó e o não conformista Mikhail Roguinski.

Entre os últimos projetos em exposição da fundação está o famigerado arquivo de vanguardistas russos de Nikolai Khardjiev e uma edição especial do “The Art Newspaper” dedicada à coleção dele.

10. Museu Anatóli Zverev (AZ Museum), Moscou

Este museu é dedicado a um único artista, Anatóli Zvérev. A ideia corajosa de abrir uma instituição monotemática sobre o “enfant terrible” da arte russa da década de 1960 à de 1980 é da colecionadora Natália Opaleva.

O museu não tem exposição permanente e as temporárias mudam diversas vezes durante o ano. Entre as obras exibidas estão não apenas as pinturas expressionistas e abstratas de Zvérev, mas também instalações interativas de artistas contemporâneos.