Em julho de 1918, a história da Rússia mudou drasticamente e irrevogavelmente. O então tsar, Nicolau 2º, e toda a família (esposa, quatro filhas e um filho) foram mortos a tiros no porão de uma casa em Iekaterinburgo onde os líderes bolcheviques os mantinham como prisioneiros. O imperador havia abdicado do trono 18 meses antes e já não era uma ameaça para os comunistas, que tomaram o poder nove meses antes.
Anna Anderson, a mais famosa entre as mulheres que se passaram por Anastásia
Wikipedia, AFPA noite trágica e enigmática deu origem a não só lendas e mitos, mas também impostores que mais tarde alegaram ter sobrevivido à brutal execução. A investigação oficial, bem como pesquisas científicas, indicaram, porém, que todos os restos dos Romanov haviam sido localizados e que ninguém (nem os servos) teria sobrevivido.
Ainda assim, surgiram boatos de que os restos de Anastásia, a filha mais nova do tsar, não tinham sido localizados, e algumas pessoas até alegavam ter visto Anastásia ferida, porém viva, diversos dias depois daquela noite sangrenta.
Várias das falsas Anastásia fizeram tentativas de provar a suposta origem imperial, mas, apesar de seus esforços não vingarem, suas histórias acabaram se tornando parte da cultura popular do século 20 – e não apenas na Rússia.
A Filha do Czar (1928)
Eve Southern interpretou primeira Anastácia nas telonas
Jack Freulich/WikipediaEm 1928, apenas uma década após os assassinatos, o diretor americano Tom Terriss criou o primeiro filme sobre Franziska Schanzkowska, também conhecido como Anna Anderson – que é, provavelmente, a mais famosa entre as mulheres que tentaram se passar por Anastásia. Este filme romântico retrata o revolucionário comunista fictício Víktor, que salva Anastásia da execução. Vários anos depois, quando Victor já está trabalhando como diretor de cinema em Hollywood, ele reconhece Anastásia, que está então tentando se tornar atriz. O cineasta decide fazer um filme sobre a vida da amada, com os dois interpretando os papéis principais. No final, eles se casam.
Anastasia, die Falsche Zarentochter (Anastasia, a Falsa Filha do Tsar, 1928)
O segundo filme sobre Anna Anderson também foi filmado em 1928, pelas mãos do diretor alemão Arthur Bergen. Morrendo de fome em Berlim no início dos anos 1920, Anastásia é contratada como extra em um estúdio cinematográfico que está produzindo o filme “Anastasia”. Na busca pela “verdadeira Anastásia”, a equipe mostra ao grão-duque Miguel (seu tio), algumas mulheres, dentre elas a própria. Mas ele não reconhece nenhuma. Anastásia encontra então um oficial da Guarda Branca, o tenente Volkov, que se apresenta em um espetáculo de variedades em Berlim – e ele arranja um encontro entre Anastásia e sua tia. Ela, no entanto, decide ficar com Volkov e desiste da batalha para ser reconhecida como a filha do tsar.
Anastácia, A Princesa Esquecida (1956)
Em meados da década de 1950, Buddy Adler, da 21st Century Fox, decidiu produzir um filme sobre a fascinante história da impostora imperial.
Este filme se desenrola em Paris, onde o general Bunin dirige um show de variedades, e encontra uma jovem que alega ser a grã-duquesa Anastásia. Bunin decide tirar proveito da situação e pagar suas dívidas do tesouro. Ele leva a menina à sua avó, a imperatriz consorte Maria Feodorovna Romanova, que à primeira vista reconhece Anastásia. Mas a trama traz novos desafios inesperados. Ingrid Bergman, que interpretou Anastásia, foi premiada com um Oscar e Globo de Ouro por sua atuação.
Anastácia - O Mistério de Ana (1986)
Esta série da NBC, baseada no livro de Peter Kurth “O Enigma de Anna Anderson”, foi filmada dois anos após a morte de Anna Anderson, quando havia mais interesse do que nunca em sua vida. O filme captura a versão mais autêntica dos acontecimentos, mostrando todas as dificuldades que Anna passou durante a vida, tentando provar, em vão, que era Anastásia. Após o lançamento do longa, estudos de DNA provaram que Anna não tinha mesmo relação com a família imperial russa.
Anastasia (1997)
Esse filme de animação da 21st Century Fox tentou reproduzir o vencedor do Oscar em 1956, usando o formato de conto de fadas, mas apresentou vários erros históricos, incluindo a aparição de Raspútin como o “símbolo do mal” que traz a morte à família imperial. Apesar disso, o filme fez bastante sucesso, ganhou uma adaptação para jogo de computador, e sua trilha sonora “Viagem ao Passado” foi indicada para um Oscar.
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