Por que os militares soviéticos adoravam esse 4x4 norte-americano?

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Durante a Segunda Guerra Mundial, os comandantes do Exército Vermelho valorizavam os veículos todo-o-terreno Willys por seu excelente desempenho. Esses modelos, recebidos no âmbito do programa Lend-Lease, salvaram milhares de vidas dos soldados soviéticos.

“O Willys é um carro maravilhoso, ágil, potente, baixo. Pode ser usado diretamente nas posições de disparo”, escreveu o capitão da artilharia do Exército Vermelho, Aleksandr Rogatchev, sobre o veículo do Exército americano que os Estados Unidos forneceram à URSS durante a Segunda Guerra Mundial na âmbito do programa Lend-Lease.

Cabo Stepan Vassiliévitch Ovcharenko e seu “Maksim”, Primeira Frente Ucraniana

No início da guerra, os soviéticos enfrentaram uma grave escassez de veículos militares, e os Willys acabaram sendo uma salvação para o Exército Vermelho. Durante a guerra, no total, a URSS recebeu cerca de 52 mil deles.

Libertação da Tchecoslováquia dos invasores nazistas. A coluna inclui vários Willys

O SUV podia acomodar quatro pessoas e atingir velocidades de até 105 km/h. O veículo não tinha portas e, em condições extremas, os passageiros podiam deixá-lo de imediato. Os assentos profundos, por sua vez, não permitiam que caíssem para fora do veículo.

Oficiais do 7º Exército de Guardas

Tanto tenentes quanto generais valorizavam este veículo leve, compacto, manobrável e rápido. Os soldados, por sua vez, usaram os Willys como tratores de artilharia leve.

Correspondentes de guerra durante pausa para um cigarro na frente, perto de um veículo Willys MB

“Os nossos canhões eram puxados por Willys, que lidaram bem com o trabalho em terreno plano”, escreveu o artilheiro antiaéreo Gennádi Shutz. “Na descida, o canhão carregado com caixas de munição podia empurrar o carro para fora da estrada. Foi somente em 1944 que recebemos os Dodge 3/4 e depois Chevrolets e Studebakers de dois eixos, que podiam carregar até duas armas. Antes disso, apenas os Willys vieram em socorro.”

O para-brisa do SUV podia ser baixado até o capô, o que facilitava a camuflagem do carro. Por isso, esses veículos eram frequentemente usados em missões de reconhecimento.

Operação Cárpatos Orientais

Em geral, os Willys do Exército Vermelho provaram ser veículos confiáveis. No entanto, os soldados soviéticos eram frequentemente forçados a abastecê-los com gasolina de baixa qualidade, o que reduzia significativamente a vida útil dos carros.

Representante do Quartel-General do Comando Supremo, coronel general A. M. Vassilevski (sentado em um Willis ao lado do motorista) durante a preparação da contra-ofensiva em Stalingrado. Na extrema esquerda está o comandante do 57º Exército, major general F. I. Tolbukhin

Após a vitória, em maio de 1945, durante o encontro na Alemanha, o general norte-americano Omar Bradley deu um Willys de presente ao marechal sociético Ivan Konev. O líder militar respondeu presenteando-o com o seu cavalo. “[Esse cavalo] me seguiu por toda a guerra desde o verão de 1943, quando assumi o comando da Frente das Estepes. Era um garanhão [da região do rio] Don lindo e bem treinado”, escreveu Konev em suas memórias.

Aron Matveevitch (Motovitch) Bogorad (segundo à direita) com seus companheiros soldados na Hungria

Depois do fim da guerra, a maior parte dos Willys foi devolvida aos Estados Unidos; o restante foi utilizado ativamente na restauração da economia nacional. Presidentes de fazendas coletivas e os funcionários provinciais continuaram a usá-los para lazer.

Exército Soviético na Hungria, 1947

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