Primeiro carro elétrico da Rússia foi criado ainda no século 19; veja fotos

Ciência e Tecnologia
NIKOLAI CHEVTCHENKO
Engenheiro russo Hippolite Romanov desenvolveu os primeiros carros elétricos ainda nos tempos do Império Russo.

No final do século 19, o Império Russo não era o único país onde os cientistas queriam usar eletricidade para alimentar e mover veículos. Tentativas de criar carros elétricos foram feitas no Império Austro-Húngaro, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

Embora a ideia de Hippolite Romanov não tenha sido única, sua contribuição para o desenvolvimento de veículos elétricos foi enorme. O primeiro carro elétrico do Império Russo surgiu em 1899 e ficou conhecido como “Cuckoo”. Ele podia acomodar até dois passageiros, sua bateria era suficiente para transportá-los por 60 quilômetros a uma velocidade média de cerca de 40 km/h e o peso do veículo era de 750 kg, incluindo uma bateria de 370 kg.

O veículo de Romanov se diferenciava dos modelos alternativos fabricados no exterior pelo design único de suas baterias. Elas eram finas e montadas no corpo do carro horizontalmente. Isso permitiu que o inventor diminuísse bastante o peso das baterias proporcionalmente ao peso do carro, aumentando a velocidade e o alcance do veículo.

Outra característica única do carro elétrico russo era o princípio de acionamento separado, que implicava que cada roda era girada independentemente, impulsionada por seu próprio motor elétrico. O carro tinha faróis elétricos e um sistema de frenagem regenerativa que recarregava a bateria toda vez que o carro desacelerava. O mesmo princípio é usado hoje nos carros Tesla.

Ônibus elétricos

Dois anos mais tarde, Romanov pediu à Duma do Estado, a câmara baixa do parlamento do Império Russo, que lhe permitisse estabelecer dez rotas para novos ônibus elétricos. Antes da petição de Romanov, as pessoas só tinham ouvido falar de ônibus puxados por cavalos. Alimentar o transporte público com eletricidade era uma ideia sem precedentes.

O ônibus elétrico de Romanov tinha uma bateria sob os assentos da parte traseira e dois motores elétricos fortes o suficiente para acelerar o veículo levando 17 passageiros até 10 km/h.

Em fevereiro de 1901, uma comissão estatal concluiu que a invenção de Romanov era segura para uso nas ruas de São Petersburgo. “Ao dirigir em ruas cobertas de neve, ao virar e cruzar os trilhos das ferrovias, o ônibus anda suavemente, sem sacudir”, lê-se no relatório.

Romanov recebeu a aprovação da Duma Estatal para estabelecer a produção dos veículos elétricos, mas os investidores sobrecarregaram Romanov, deixando-o em condições financeiras muito arriscadas. Além disso, os empresários que controlavam o mercado de carruagens fizeram de tudo para impedir a introdução do substituto elétrico a seus meios de transporte desatualizados, porém lucrativos. Assim, Romanov foi forçado a abandonar seus projetos.

Após a Revolução Russa de 1917, Hippolyte Romanov, junto com dois milhões de russos, deixou o país e fugiu para os Estados Unidos. Romanov morreu aos 79 anos, em 1944.

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