Do MiG 70.1 ao MiG-301/321, os projetos de assassinos de porta-aviões da década de 1980

Х ТОP/YouTube
Estes dois projetos soviéticos estavam à frente de seu tempo. Talvez seja por isso que eles nunca viram a luz do dia.

O T-60S foi um dos substitutos previstos para o Tu-22M3 na década de 1980. No entanto, este bombardeiro supersônico de alcance intermediário nunca passou da prancheta. Há pouquíssima informação disponível sobre as características técnicas desta aeronave, que ainda permanece classificada pelo escritório de projetos Sukhoi. Acredita-se que o T-60S contaria com uma asa de geometria variável, fuselagem plana e dois motores, equipados com bicos vetoriais de empuxo bidimensionais.

Esboço do T-60

O armamento, segundo descreve o site Testpilot.ru, deveria incluir até seis mísseis de cruzeiro J-101, bem como mísseis AS-15 e AS-16, armas nucleares de queda livre e munições convencionais guiadas com precisão. O projeto foi iniciado pela Sukhoi em 1984, porém cancelado no início dos anos 1990.

Em vez disso, a Sukhoi decidiu adotar uma abordagem mais convencional e desenvolveu o Su-34 como substituto do Tu-22M.

Su-34 em voo

MiG-70.1, um novo projeto

Um grupo de projetistas, de acordo com o site especializado Sciencestory.ru, liderado por Oleg Sergueivitch Samoilovitch, tornou-se então independente da OKB Sukhoi e começou a desenvolver uma nova aeronave sob tutela do Mikoyan. Poucos detalhes do novo projeto em que embarcaram são conhecidos, mas é possível supor que o interceptador pesado de longo alcance que começaram a desenvolver (recebeu o nome “Caça de Obtenção da Superioridade Aérea de Setenta Toneladas”) mantinha por completo a maioria das características do bombardeiro T-60S. As modificações, ou mudanças maiores, foram provavelmente focadas em sistemas de bordo, aviônicos, sensores e armamento.

No nariz completamente remodelado do Mikoyan 70.1 seria colocado o radar aéreo H014, desenvolvido sob o tema da IFI Tikhomirov NGO. O radar incluía três conjuntos de antenas de matriz de fase passiva, que forneciam um azimute constante de 180 graus e elevação de 60 graus. A detecção de alvos por contraste de rádio com um alcance de 420 km e rastreamento de até 40 alvos foi então possível. Entre as desvantagens do sistema estaria o grande volume e peso da estação. Já na cauda do avião, deveria ser instalado um radar de visão traseira, provavelmente o H012, capaz de detectar um alvo com um EPR de 3 metros quadrados a uma distância de 50 km ou bombardeiros a uma distância de 100 km. O sistema de autodefesa poderia incluir até quatro mísseis do tipo R-73.

Míssil R-73 ‘Vimpel’, 1999

O principal objetivo do Mikoyan 70.1 era a interceptação de bombardeiros estratégicos antes de começarem a lançar seus mísseis de cruzeiro, portanto, o raio de ação esperado do interceptor era de 4.000 km em velocidade subsônica ou 2.500 km em velocidade supersônica.

Os trabalhos relacionados à aeronave diminuíram consideravelmente na década de 1990 e o projeto foi enfim encerrado em 1993, antes da construção do protótipo. O colapso da URSS e a delicada situação econômica russa na época impossibilitaram o governo continuar gastando dinheiro em um projeto tão caro e específico, projetado de acordo com doutrinas estratégicas baseadas em outra situação geopolítica.

MiG-301/321

Entre 1975 e 1989, segundo o Livejournal, foram conduzidos, sob a direção de N.Z. Matiuk, estudos de uma aeronave hipersônica que usaria hidrocarbonetos como combustível.

Sob a liderança do projetista-chefe-adjunto P. Schuster, houve avanços em um projeto de aeronave que usaria dois tipos de combustível (hidrogênio para voos em altas velocidades e querosene para voos em velocidades baixas).

A experiência do funcionamento do MiG-25 e as informações sobre os voos do SR-71 e do Valkyrie nos EUA sugeriram que o aumento da velocidade e, portanto, da altitude de voo usando o combustível – parafina estável ao calor (ou com base nela) só podia ser alcançado por meio do desenvolvimento de um motor que recebeu o nome “ramjet” no Ocidente.

XB-70A ‘Valkyrie’ norte-americano em voo

Sabe-se que foram projetadas pelo menos duas variantes: um bombardeiro/interceptador hipersônico 301/321 e o chamado “avião espacial” MiG-2000.

As informações sobre a aeronave 301/321 são muito escassas, embora se tenha conhecimento de seria uma espécie de sucessor do MiG-25P/R.

Em 1997, o OKB MiG divulgou alguns detalhes de seu projeto secreto de aeronaves hipersônicas. A velocidade máxima projetada era superior a 5.000 km/h e a aeronave estava programada para entrar em serviço em duas versões: uma aeronave de reconhecimento equipada com radares de reconhecimento eletrônico e de varredura lateral e um bombardeiro portador de mísseis ar-superfície.

O principal objetivo da variante de ataque do Projeto 301/321 poderia ser o combate a grupos de ataque de porta-aviões.

Esperava-se que o primeiro protótipo voasse no final dos anos 1990, mas, assim como no caso do Mikoyan 70.1, o projeto foi sabotado pelos percalços da história.

LEIA TAMBÉM: O combate de aviões Su-27 contra MiG-29 nos céus da África

Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.

Leia mais

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies