Os fuzis de assalto das Forças Especiais russas que vão além do Kalashnikov

Vitáli Nevar/TASS
Armamentos são justamente alternativas ao mais famoso fuzil do país em condições em que ele não mostra sua melhor performance.

O AK é o fuzil de assalto mais difundido nas forças militares russas, é usado pela maioria das tropas e pela polícia russa. Mas as Forças Especiais russas também têm toda uma série de outros fuzis de assalto em seu arsenal.

AN-94 "Abakan"

Externamente, o fuzil de assalto AN-94 é muito parecido com o clássico AK-74. Por dentro, porém, é uma arma completamente diferente, com capacidade de tiro maior.

“O cano do AN-94 se move junto com o parafuso rotativo a cada disparo. Isso permite reduzir o recuo e aumentar a precisão. Em comparação com um AK-74 clássico, o AN-94 é considerado duas vezes mais preciso e mais fácil de operar devido à mecânica de tiro estabilizada”, explica o editor-chefe da revista militar “Arsenal Otétchestva”, Víktor Murakhôvski.

O An-94 também pode disparar conjuntos de duas balas de calibre de 5,45x39 mm sem recuo.

“Também é possível escolher entre os modos de disparo com a mão direita, como acontece com os AR-15s americanos. É mais conveniente que arrastar um seletor de fogo emperrado com a segunda mão em rifles AK. A Kalashnikov, porém, fez essa decisão intencionalmente, porque testes militares provaram que um soldado inexperiente pode escolher o modo de tiro sem querer e disparar acidentalmente”, diz Murakhôvski.

Ele explica ainda que, nos anos 1970, o AN-94 foi considerado o principal rival do AK-74 quando os dois competiam pelo título de principal fuzil de assalto do exército. A arma superou o AK em testes de tiro, mas seus numerosos mecanismos são muito complicados para soldados comuns. Assim, o AN-94 foi adotado apenas em unidades das Forças Especiais, onde é usado até hoje.

SR-3 "Vikhr"

A SR-3 é uma submetralhadora com munição subsônica de calibre de 9x39 mm. Em geral, ela é comparada com a análoga mais poderosa da Kalashnikov, a submetralhadora PP-19 "Vityaz".

A SR-3 foi criada em meados dos anos 1990 para unidades do FSB (Serviço Federal de Segurança) para combate dentro de edifícios e para atingir alvos a até 50 metros de distância em áreas abertas. Segundo o fabricante, a arma pode perfurar blindagem de 3ª classe.

A SR-3 é uma arma de pequeno porte com coronha dobrável que pode ser escondida sob o casaco. A arma atende a todos os critérios das Forças Especiais que defendem VIPs em eventos públicos.

Rifle de assalto subaquático APS

O APS (na sigla em russo, rifle de assalto submarino das Forças Especiais) foi desenvolvido nos anos 1970 especialmente para eliminar mergulhadores inimigos que minam navios em docas. Mas ele foi mantido em segredo e só foi divulgado ao público após o colapso da União Soviética.

"O fuzil AK-74 não pode funcionar efetivamente debaixo d'água, suas balas perdem a velocidade devido à densidade da água", diz Murakhôvski.

Foi por isso que os engenheiros russos criaram flechas especiais de aço de 120 mm de comprimento, calibre 5,66 mm, que podem atingir alvos a uma distância de 30 metros e profundidade de cinco metros.

O alcance, porém, depende da profundidade de imersão. A 40 metros de profundidade, a flecha pode atingir um alvo a apenas dez metros de distância. Seu cano é liso para melhorar a precisão sob a água, mas, fora da água, a arma é bastante imprecisa.

A arma foi desenvolvida para defender navios e submarinos em docas de inimigos que quisessem plantar bombas e de predadores subaquáticos, como tubarões.

O APS pode disparar nos modos simples e automático. Também pode ser usado na superfície, mas não é muito eficaz, pois o alcance do fogo não ultrapassa os 100 metros. Assim, os mergulhadores normalmente recebem dois rifles de assalto: um APS e um AK.

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