As Forças Especiais da Rússia, que protegem o presidente do país, têm acesso ao que há de mais moderno e avançado em armamentos militares.
Atualmente, os agentes usam pelo menos dois tipos de fuzis de precisão em eventos públicos para proteger o presidente. Os ex-atiradores de elite explicam por que essas armas foram escolhidas, dentre os numerosos fuzis de precisão disponíveis no mercado, para proteger funcionários de alto nível.
ORSIS T-5000
O fuzil de precisão T-5000 foi criado em 2011 pela empresa ORSIS para fins militares e policiais. Segundo os desenvolvedores, é uma das armas mais precisas do mundo, com capacidade de disparar balas de calibre .308 Win e agrupamento de tiro de apenas 15 mm entre 3 disparos a 100 metros de distância.
As forças de segurança compraram diversos fuzis T-5000 logo após sua apresentação. Em 2012, as Forças de Elite "Alfa FSB" venceram uma competição internacional de atiradores com esses rifles.
“Esses fuzis provaram ser mais precisos que o SSG 08 austríaco da Steyr-Mannlicher, que foram comprados anteriormente para as Forças Especiais russas. Nas décadas de 1990 e 2000 não tínhamos rifles de precisão de alta qualidade no país e o comando militar ainda precisava comprá-los do exterior”, diz o ex-atirador do Serviço Federal da Segurança (FSB), Ivan Alekseev.
O T-5000 é considerado a melhor arma da ORSIS, e quase foi adotado pelo exército da Rússia para substituir o rifle de precisão SVD, já desatualizado. No entanto, devido à burocracia e conflitos de interesses, o comando militar russo não escolheu qual fuzil será adotado pelo exército até hoje.
Os fuzis T-5000 são vendidos por todo o mundo e podem ser encontrados tanto nas mãos de atiradores amadores, como em unidades de operações especiais.
“A arma tem um recuo baixo e confortável, em comparação com os rifles de precisão SVD anteriores. Entre as desvantagens, eu mencionaria diversos detalhes do polímero. Do meu ponto de vista, o mecanismo de gatilho também poderia ser mais suave”, diz Alekseev.
SV-98
O SV-98 é um dos primeiros fuzis de precisão a surgir logo após o colapso da União Soviética. A arma foi criada por uma das subsidiárias do consórcio Kalashnikov a fim de substituir o desatualizado SVD no exército, mas foi adotada apenas pelas unidades das Forças Especiais do país, que precisavam urgentemente de um fuzil de precisão moderno.
Este fuzil, ao contrário de todas as outras armas de precisão modernas, tem uma coronha de madeira que fica molhada e pode até inchar após a chuva. Inicialmente, a arma disparava cartuchos de calibre de 7,62x54 mm, que não são adequados para alcançar alvos a distâncias superiores a 300 metros.
Versões posteriores do SV-98 foram modificadas para munições .308 Win e .338 LM da Otan, o que aumentou a precisão da arma.
No entanto, a arma ainda tem uma série de desvantagens, de acordo com um oficial das Forças Especiais que não quis ser identificado.
“Os desenvolvedores conseguiram resolver a questão das munições, mas o cano da arma ainda é um problema. Às vezes, as ranhuras helicoidais são cortadas corretamente, mas, às vezes, os engenheiros não dão atenção suficiente ao seu trabalho", disse o oficial.
Segundo ele, o gatilho é tão duro quanto o do SVD soviético e não é adequado para operações das Forças Especiais.
“A arma foi aprimorada e melhorou muito em comparação com as versões do final dos anos 1990. Hoje, é mais precisa, mas ainda existem fuzis melhores no mercado", completou.
Apesar de todas as desvantagens, hoje, o SV-98 é amplamente usado para treinar atiradores iniciantes a acertar alvos a mais de um quilômetro de distância.