Os desenvolvedores da vacina russa Sputnik V, a primeira registrada contra a covid-19, apresentarão em breve um reforço desenvolvido especialmente contra a variante indiana, identificada como Delta, de acordo com o perfil oficial da vacina no Twitter.
“A Sputnik V oferecerá, em breve, a outros fabricantes de vacinas uma injeção de reforço, ajustada para funcionar contra a variante Delta do coronavírus, detectada pela primeira vez na Índia”, lê-se no tuíte do fabricante.
A declaração vem na esteira de uma publicação feita pelo RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto), que ajudou a financiar a vacina, evidenciando que a Sputnik V é mais eficaz contra a cepa indiana do que qualquer outro imunizante disponível.
De acordo com Aleksandr Guinzburg, diretor do Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina russa, estudos em laboratório mostraram que o número de anticorpos identificado após uma dose de Sputnik V foi entre 1,4 e 2,4 vezes menor na presença da variante indiana do que na presença da cepa de Wuhan, o que, segundo ele, “não é algo crítico”.
Recentemente, a renomada revista científica The Lancet informou que a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech é cerca de seis vezes menos eficaz contra a variante Delta do que contra a cepa original do vírus. Mas o impacto na imunidade celular ainda não foi estudado.
A variante Delta apareceu na Índia em meados de abril. Com grau elevado de contágio, representa 71,7% dos casos registrados na Rússia nas últimas quatro semanas, segundo a plataforma científica internacional GISAID.
LEIA TAMBÉM: “Vodca contra covid” e outras fake news que rolam na Rússia durante a pandemia