Assim eram as torres de metralhadora na cauda dos bombardeiros soviéticos e russos (FOTOS)

Ciência e Tecnologia
JAKOB OREKHOV
A primeira aeronave no mundo a incorporar uma posição de artilheiro de cauda para sua defesa foi o bombardeiro russo Iliá Muromets, usado durante a Primeira Guerra Mundial e nos últimos anos do Império Russo. O Russia Beyond relembra aqui outros bombardeiros e suas perigosas torres traseiras.

A posição de artilheiro de cauda nunca foi a mais desejada em um bombardeiro. O inimigo costumava atacar por trás, então, as chances de se transformar em picadinho eram grandes. Além disso, a ‘esquerda’ e a ‘direita’ mudavam em relação à do piloto e do navegador, de modo que mirar no inimigo e acertá-lo era um jogo de nervos.

De qualquer forma, deixemos de lado os famosos bombardeiros e aeronaves de ataque ao solo soviéticos da Segunda Guerra Mundial, como o Pe-8 e o Il-2 (que tinham suas respectivas torres de cauda) e nos concentremos – com exceção do precursor bombardeiro biplano criado por Sikorski – em aeronaves soviéticas do pós-guerra.

S-22

O revolucionário (e amplo) Iliá Murovets era equipado, pela primeira vez na história da aviação, com uma confortável sala separada da cabine, quartos, aquecimento, iluminação elétrica e até mesmo banheiro. No entanto, em vez de transportar passageiros, passou a realizar missões de bombardeio. Tornou-se também a primeira aeronave a contar com proteção traseira graças a uma metralhadora de cauda – o que passou a ser padrão nos modelos fabricados a partir de 1916, em sua variante Geh-2.

An-12

Algumas dessas aeronaves de transporte, produzidas entre 1957-1973 e famosas por seu papel na Guerra do Afeganistão, eram protegidas por uma torre traseira equipada com duas metralhadoras Nudelman-Rikhter NR-23 de 23 mm.

Il-28

O Iliushin Il-28 foi um bombardeiro médio de fabricação soviética que, embora originalmente construído para a Força Aérea da URSS, operava em muitos países, da Albânia ao Paquistão, passando por Polônia e Finlândia.

Nesta aeronave, o artilheiro de cauda ficava em um compartimento separado na parte traseira da fuselagem, operando uma torre elétrica armada com dois canhões Nudelman-Suranov NS-23 de 23 mm, com 250 disparos cada. Em serviço, essa torre era às vezes removida como medida para redução de peso. Enquanto o piloto e o navegador contavam com assentos ejetores, o artilheiro precisava saltar de paraquedas, em caso de emergência, usando uma escotilha no chão da aeronave.

Il-76

Sim – o burro de carga dos militares russos pode atirar, além de ser usado como bombardeiro. O Il-76 tem, para sua defesa, duas metralhadoras de 23 mm em sua torre traseira tripulada e guiada por radar.

Neste vídeo, é possível vê-lo atirando no solo:

Tu-14

O Tupolev Tu-14 foi um bombardeiro leve soviético utilizado como bombardeiro torpedeiro por regimentos de aviação naval soviéticos entre 1952 e 1959, sendo também exportado para a República Popular da China. O avião estava equipado com dois NR-23 de 23 milímetros em sua parte traseira.

Tu-16

Chamado de ‘Badger’ no Ocidente, este foi um bombardeiro pesado a jato bimotor estratégico usado pela União Soviética. Serviu por mais de 60 anos, e o Xian H-6, construído com licença na China ainda está em serviço na Força Aérea do Exército de Libertação Popular. O Tu-16 foi um verdadeiro ouriço da artilharia aérea, pois era capaz de disparar contra os caças inimigos com canhões Afanasev Makarov AM-23 de 23 mm – dois em cada uma das torres dorsal e ventral e mais dois na torre de cauda tripulada, podendo-se adicionar outra fixada ao nariz da aeronave.

Tu-22M

Apelidado de ‘assassino de porta-aviões’, o Tupolev Tu-22M é um bombardeiro supersônico estratégico e de ataque marítimo de longo alcance, fabricado no início dos anos 1960. Um número significativo ainda está em serviço na Força Aérea Russa.

A traseira da aeronave é protegida por um canhão GSh-23 de 23 mm em uma torre de cauda controlada remotamente.

Tu-95

O “urso” russo, embora um veterano barulhento da Guerra Fria, é conhecido em todo o mundo por deixar os interceptores da Otan nervosos em suas longas patrulhas oceânicas. Seu primeiro voo foi em 1952, mas só entrou em serviço na URSS em 1956 e deve servir as Forças Aeroespaciais Russas até pelo menos 2040. Participou de combate pela primeira vez em 2015, na operação russa contra o EI na Síria.

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