O Governo da Bahia e o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia assinaram um acordo de cooperação para o fornecimento de 50 milhões de doses da vacina Sputnik V contra a covid-19, já registrada na Rússia.
"Poderemos fornecer a vacina para todo o Brasil quando ela for aprovada pelos órgãos responsáveis", disse o governador da Bahia, Rui Costa.
Segundo ele, os testes clínicos em 500 brasileiros poderão começar já em outubro deste ano. "Estou muito feliz pelos acordos firmados. Acredito na ciência e estou confiante nos resultados", declarou Costa.
Segundo a agência de notícias Ria Nôvosti, o Brasil também pretende estudar o efeito da vacina russa em populações de etnias diversas das residentes na Rússia. Para este fim, o governo regional terá que obter permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
A Sputnik V é a primeira vacina contra o coronavírus registrada no mundo. “A tecnologia por trás da vacina russa é baseada no adenovírus, também conhecido como resfriado comum”, explica o cientista Vadim Tarasov, que trabalha na universidade onde ocorreram os testes da vacina russa.
Desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, a vacina usa um vírus portador (um adenovírus não perigoso) que, como um táxi, entrega o gene do coronavírus nas células, onde se inicia a síntese de proteínas e o sistema imunológico “fica sabendo” da doença.
De forma semelhante, o Instituto Gamaleya desenvolveu uma vacina contra o vírus Ebola e tem desenvolvido uma contra o MERS (coronavírus 2012) nos últimos três anos.
"Criadas artificialmente, as proteínas da vacina replicam as da covid-19 e desencadeiam uma resposta imunológica semelhante à causada pelo próprio coronavírus”, disse Tarasov.
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