Dez mil voluntários brasileiros receberão vacina russa a partir de outubro

Ciência e Tecnologia
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Fase 3 dos testes foi anunciada após publicação de resultados positivos. Profissionais de saúde e grupos específicos terão prioridade.

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que assinou um acordo para produzir a vacina russa Sputnik V, irá imunizar cerca de 10 mil voluntários no Brasil como parte dos testes da fase 3 dos estudos clínicos.

A informação partiu do diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, após publicação do estudo com resultados preliminares da Sputnik V na “The Lancet”. Serão duas doses, com intervalo de 21 dias.

As vacinas serão destinadas sobretudo a profissionais de saúde de hospitais universitários e, talvez, grupos de risco (diabéticos e hipertensos).

O protocolo de validação da fase 3 de estudos clínicos da vacina russa Sputnik V à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), será apresentado até o final de setembro.

Depois de aprovado pelos órgãos regulatórios, a previsão é que o início dos testes aconteça até o final de outubro.

“O material prévio encaminhado pelos russos ao Tecpar já demonstrava resultados promissores. Mas não havíamos anunciado formalmente pelo termo de confidencialidade que temos com a Rússia. Hoje está bem evidenciado, é um dia importante para a continuidade dos trabalhos”, disse Callado.

“Existe uma boa taxa de confiabilidade nessa vacina. Essa publicação [da “The Lancet”] ainda passará pelas avaliações dos pares, dos cientistas, da comunidade internacional. Mas a confiabilidade é bastante ampla”, acrescentou.

Em meados de agosto, O Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF) e o Governo do Paraná acertaram uma cooperação em torno da vacina russa Sputnik V. O objetivo é conduzir esta última etapa dos testes clínicos no Brasil, com a possibilidade de transferência de tecnologia para produção local, caso os resultados sejam promissores.

A RDIF e o Instituto Gamaleya de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia se comprometeram a compartilhar com o TecPar os resultados dos testes clínicos da vacina e protocolos tecnológicos para sua produção.

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