Rússia envia novo tanque T-14 Armata à Síria

Ciência e Tecnologia
NIKOLAI LITÔVKIN
Objetivo é testar o mais caro veículo blindado russo em combate. Analistas militares questionam a necessidade de tais experimentos.

O mais novo tanque russo T-14, criado na plataforma multifuncional Armata, passou por uma série de testes em combate real na Síria, segundo declaração do ministro da Indústria e Comércio da Rússia, Denís Mánturov, ao canal de televisão "Rossia 1".
 
"Sim, posso confirmar, [os tanques Armata] já estavam na Síria. Os testes naquela região, como você entende, permitem avaliar todas as nuances", disse 

Segundo o ministro, a entrega de tanques desse modelo ao exército russo foi adiada para 2021. Ele não explicou as razões do atraso, mas deixou entrevê-las: “O T-14 é caro, porque ainda está passando por uma série de testes adicionais, está sendo modernizado, e o Ministério da Defesa encomendou soluções técnicas adicionais para começar a produção em série no próximo ano.”

O ministro não comentou os resultados dos testes, ou seja, como o veículo se mostrou em batalha, como se comportou em um clima quente, sob bombardeios e sob a pressão de sistemas de defesa eletrônica. 

Questionamento necessário

Diversos especialistas militares questionam a necessidade de realizar testes de combate na Síria do novo tanque. “O Armata não tem nada a fazer na Síria. Esse veículo foi criado para batalhas contra os tanques americanos e europeus mais modernos, como Abrams e Pantzer. E na Síria, contra quem ele luta? Contra terroristas em picapes?”, pergunta o editor-chefe da revista "Nezavísimoie Voiénnoie Obozrênie", Dmítri Litôvkin. 

Segundo ele, a Rússia já enviou tanques T-73B3 e T-90M Proriv na base aérea de Khmeimim, na Síria, que estão lidando com todas as tarefas de combate necessárias. O T-90M tem muitas tecnologias do Armata, inclusive o sistema de controle de fogo, orientação semi-automática e o canhão.  

Vadim Koziúlin, professor da Academia das Ciências Militares da Rússia diz que os militares precisam testar todos os veículos blindados novos em combate. 

“Os militares têm fundos para esses fins. É muito importante saber como as rodas, lagartas e blindagem desempenham suas funções em circunstâncias reais”, diz o especialista.

 

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