O que se sabe sobre os complexo de mísseis russos Iskander-M?

Ciência e Tecnologia
NIKOLAI LITÔVKIN
No início de abril, as Forças Armadas russas realizaram novos testes dos sistemas de mísseis de curto alcance que são considerados os mais importantes para a defesa do país. O Russia Beyond reuniu as informações mais importantes sobre Iskander-M.

O sistema de mísseis de curto alcance Iskander-M foi colocado em uso pelo exército russo em 2016 e é considerado pelo especialistas militares como o sistema mais importante na defesa do país até hoje.

Cada complexo Iskander-M leva dois mísseis balísticos com o poder de uma arma nuclear, mas que não deixam vestígios radioativos e contaminação por radiação. O alcance máximo do sistema é de até 500 quilômetros. Um alcance maior é proibido pelo Tratado INF (Tratado de Eliminação dos Mísseis de Médio e Curto Alcance entre a Rússia e os EUA).  

Os mísseis do sistema  voam em uma trajetória complexa, como se fossem de cruzeiro e não balísticos, e lançam "alvos" falsos à sua frente, que distraem os sistemas de defesa aérea do inimigo potencial.

O que compõe um Iskander

Uma brigada de complexo Iskander-M inclui 51 veículos: 12 lançadores (cada um com dois mísseis), 12 veículos de transporte de carga, 11 veículos de comando, 14 veículos de apoio, um veículo técnico, veículos com mísseis guiados e material auxiliar de treinamento.

O Iskander-M pode usar sete tipos de mísseis, que são indistinguíveis externamente, mas podem ser equipados com até dez tipos de ogivas diferentes.

“São ogivas de cluster, que são divididas após colisão com o solo em 54 elementos de combate, de fragmentação, de penetração, de destruição de alvos subterrâneos, de volume e até ogivas nucleares”, explica o editor-chefe da revista especializada militar "Nezvísimoie Voennoie Obozrênie", Dmítri Litôvkin.

Na verdade, a possibilidade de equipar os sistemas com mísseis nucleares torna o Iskander uma das armas mais perigosas da Rússia", afirma.

Onde estão os Iskander-M?

As baterias de Iskander-M hoje estão localizadas nas regiões de Kaliningrado e Leningrado, no norte do Cáucaso e na Crimeia.

“O Ministério da Defesa enviou os Iskander-M à região de Kaliningrado em resposta à construção de sistemas de defesa aérea na Polônia e na Romênia com lançadores universais Mk-41 pelos Estados Unidos. Eles podem lançar mísseis anti-balísticos e mísseis de cruzeiro BGM-109 Tomahawk, que podem atingir facilmente todas as instalações nucleares e não nucleares da Rússia na Europa. Assim, a Rússia teve que nivelar essa ameaça", completa Litôvkin.

LEIA TAMBÉM: Três mitos sobre o fuzil Kalashnikov