1/ Primeiro sobrevoo da Lua
Os soviéticos foram os primeiros a “agitar” a Lua, embora o plano original envolvesse algo ainda mais espetacular. A sonda Luna-1, de 1,5 tonelada, foi projetada para colidir-pousar na Lua, mas não conseguiu devido a um erro nos cálculos (que acabaram não levando em conta o tempo de trânsito do sinal do controle até a sonda).
Luna-1
Alexander Mokletsov/SputnikNo entanto, a Luna-1, lançada em segredo absoluto, tornou-se a primeira espaçonave do mundo a escapar do campo gravitacional da Terra, voar a 6.000 km da superfície lunar e entrar na órbita solar. Isso ocorreu em janeiro de 1959, apenas dois anos após do satélite Sputnik e dois anos antes de Gagárin.
2/ Primeira foto do outro lado da Lua
Vislumbrar o lado oculto da Lua foi um desafio particular na corrida espacial. Os primeiros a tentar foram os americanos em 1958, mas nenhum dos veículos de lançamento que transportavam sondas conseguiu entrar na trajetória calculada. Ciente dessas tentativas, a União Soviética resolveu vencer os Estados Unidos com a ajuda não intencional do país concorrente – graças ao filme fotográfico.
Primeira foto do lado oculto da Lua
Domínio públicoFato é que os soviéticos não possuíam filme adequado para fotografar a Lua. Mas no final dos anos 1950, alguns balões de vigilância norte-americanos com câmeras foram abatidos sobre o território soviético. O filme foi removido das câmeras e enviado à Academia Espacial Militar como arquivo. Até que alguém se lembrou disso.
A sonda Luna-3, com câmera a bordo, foi lançada em outubro de 1959. Três dias depois, tirou 40 fotos e as transmitiu à Terra por um canal de TV. As imagens tinham qualidade medíocre, mas em 17 delas era possível enxergar alguma coisa.
3/ Primeiro sobrevoo de outro planeta
O alvo era Vênus. Assim como no caso do sobrevoo lunar, o plano era pousar diretamente na superfície, pois acreditava-se que o planeta fosse coberto de água em estado líquido. A sonda Venera-1 partiu rumo a Vênus em fevereiro de 1961.
Venera-1
Alexander Mokletsov/SputnikMas, também como a experiência anterior, a sonda errou o alvo. Após a perda de contato com o controle da missão, não foi mais possível corrigir seu curso; a sonda acabou passando por Vênus a uma distância de 100.000 km – “de raspão” em termos cósmicos. Nenhum outro objeto humano jamais esteve tão perto de Vênus.
A ligação com a sonda foi perdida a uma distância de 2 milhões de km da Terra.
4/ Primeiro pouso em outro planeta
A longa e tortuosa missão de conquistar Vênus, o planeta mais próximo da Terra, durou uma década. O sucesso finalmente chegou em 1971, quando o Venera-7 aterrissou na superfície venusiana (apesar da numeração, foi de fato o 17º lançamento, mas os soviéticos preferiram não reportar os fracassos anteriores).
Nem mesmo a Venera-7 era uma espaçonave solitária. Uma segunda sonda, uma cópia gêmea, foi lançada cinco dias depois como “backup”. No entanto, o segundo objeto fracassou ao deixar a órbita da Terra devido a uma falha no motor.
As chances de algo dar errado eram tão grandes que o pouso do Venera-7 foi um milagre. Ainda mais porque o paraquedas do dispositivo falhou após entrar na atmosfera, e o módulo desceu bem mais rápido do que o previsto. Inicialmente, os controladores acreditavam que a sonda não havia sobrevivido ao forte impacto. Porém, análises posteriores dos dados mostraram que o equipamento continuou fazendo transmissões da superfície de Vênus por 23 minutos após o pouso.
5/ Primeiro dispositivo em Marte e primeira foto do planeta vermelho
Os norte-americanos podem ter pousado a Curiosity em Marte em 2012, mas os soviéticos chegaram lá em 1971 – sim, no mesmo ano que o Venera-7!
Além disso, naquele ano importante para a exploração espacial, a norte-americana Mariner 9 voou para Marte quase exatamente ao mesmo tempo, entrando na órbita marciana duas semanas antes da empreitada soviética. No entanto, uma tempestade de poeira que cobre o planeta impediu a coleta de dados. A Marte-3 soviética, por sua vez, conclui a missão de pouso.
Primeira foto de marte
Soviet Academy of SciencesCom as antenas abertas, a sonda começou as transmissões, mas apenas por 14 segundos. A conexão foi então cortada, deixando o controle sem entender o porquê – mas não antes de enviar a primeira imagem de perto da superfície de Marte, embora borrada devido à tempestade.
O episódio foi, acima de tudo, uma vitória psicológica para a URSS. Nenhum dado supervalioso foi transmitido, e a sonda a bordo permaneceu firmemente presa ao veículo de pouso, mas os EUA levaram até 1976 para repetir o pouso da Marte-3.
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