Até 2027, o exército russo receberá novos sistemas de mísseis Bal e Bastion, criados para proteger zonas costeiras de navios militares e mísseis.
Os analistas militares consideram a aquisição dos novos sistemas de mísseis uma prioridade, já que, hoje, as fronteiras marítimas, que representam mais de 60% de todas as fronteiras do país, são protegidos com os sistemas de defesa obsoletos, criados ainda nos anos 70.
K-300 Bastion com mísseis Oniks
O sistema de mísseis Bastion foi desenvolvido para destruir grupos de navios a até 300 quilômetros de distância. O Bastion pode disparar mísseis anti-navio P-800 Oniks, que não são detectados pelos radares de navios.
"A maioria dos navios de guerra modernos são equipados com sistemas de guerra eletrônica que ‘cegam’ os mísseis. No caso do Oniks, os dados sobre o alvo são carregados no ‘cérebro’ do míssil, que usa tecnologias de inteligência artificial, e permite alcançar o alvo sem ajuda humana mesmo sob a influência dos sistema de guerra eletrônica", explica o analista militar Dmítri Safonov.
Além disso, os mísseis Oniks são capazes de interagir entre si, realizar o intercâmbio de dados sobre os alvos e mudar a trajetória de voo. Armados com 200 quilos de explosivos, esses mísseis atingem até 2.600 km/h de velocidade.
Uma bateria do Bastion tem quatro lançadores armados com 24 mísseis Oniks – entre esses, já estão contabilizados os mísseis de reserva localizados nos veículos de apoio.
Em 2016, as Forças Especiais russas usaram os sistemas Bastion pela primeira vez na Síria para destruir alvos terrestres.
Sistema de mísseis Bal
Esse complexo foi criado para funcionar junto com os sistemas de mísseis Bastion. Ele é eficaz apenas a distâncias curtas, de até 120 quilômetros. O Bal é armado com mísseis subsônicos anti-navio X-35 de baixa altitude, com ogivas para destruição de navios com deslocamento de até cinco mil toneladas.
"A principal diferença [entre Bastion e Bal] é o seu alvo. O Bastion foi criado para destruir grandes navios e porta-aviões, enquanto o Bal deve proteger a costa de navios de desembarque e de corvetas", explica Safonov.
Uma bateria do Bal inclui até quatro lançadores, dois pontos de comando e comunicação e diversos veículos de transporte que levam mísseis de reserva.
Assim, cada bateria do Bal é armada com 64 mísseis X-35 que podem seguir até seis alvos marítimos simultaneamente.
De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, já estão em serviço na atualidade 40 sistemas de mísseis Bal. A Marinha russa está esperando novos complexos para deslocá-los para o litoral russo no Ártico, na Crimeia e no Extremo Oriente.
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