A Turquia se tornou o terceiro país estrangeiro, após a China e a Bielorrússia, a possuir sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumf. Quatro baterias de S-400 foram entregues em outubro de 2019 e deverão entrar em serviço de combate entre abril e maio de 2020. O contrato foi assinado em 2017 pelos presidentes dos dois países e é estimado em US$ 2,5 bilhões.
Cada bateria de S-400 contém quatro lançadores armados com quatro mísseis capazes de abater todos os tipos de alvos aéreos, entre eles, caças de quinta geração e mísseis de cruzeiro, a um alcance de até 200 quilômetros.
Segundo o contrato, a Rússia ainda deve fornecer à Turquia diversos veículos de transporte de carga, estações de radar, um posto de comando, diversos veículos de apoio e treinamento aos artilheiros militares turcos.
Fator de risco
A opinião dos analistas militares sobre a possibilidade de a Turquia derrubar aviões russos com os sistemas S-400 é variável.
“Segundo o contrato, a Rússia entregou não apenas os lançadores de mísseis em si, mas também uma parte da tecnologia de criação dos S-400", diz Víktor Murakhovski, editor-chefe da revista especializada em assuntos militares “Arsenal Otêtchestva”.
O analista militar da Tass, Víktor Litôvkin, exclui a possibilidade. "Não fornecemos códigos de acesso às nossas armas de precisão a países terceiros. Se lançássemos um ciclo de produção [de S-400] completo na Turquia, isso seria possível. Mas, segundo o contrato entre Moscou e Ancara, a manutenção do S-400 será realizada pelo [fabricante] Almaz-Antey na Rússia", disse Litôvkin.
"Não é a primeira vez que fornecemos uma arma de precisão a um país da Otan que poderia ser virada contra a Rússia em conflito hipotético. Perguntas semelhantes surgiram em 1996 quando Moscou vendeu a Atenas o sistema S-300, que, na altura, podia abater todos os caças ou bombardeiros do mundo", acrescentou Litôvkin.
Os S-400 têm o sistema “amigo-inimigo” para identificar alvos aéreos, explica. Assim, os S-400 na Turquia não serão capazes de distinguir entre aeronaves russas e turcas - a menos que os hackers turcos encontrem uma maneira de decifrar e mudar os códigos dos sistemas de fabricação russa.
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