Rio está na mira da Rússia no setor de armamentos

Ciência e Tecnologia
VASSILI KRILOV
Feira de Defesa e Segurança da América Latina LAAD 2019 conta com mais de 350 tipos de equipamentos militares russos.

A maior empresa russa de exportação de armas, a Rosoboronexport, e o consórcio científico-industrial Techmach trazem neste ano diversos equipamentos militares russos para a 12ª edição da Feira de Defesa e Segurança da América Latina (LAAD), a maior do gênero, que é realizada em 2019 no Rio de Janeiro.

A cooperação técnico-militar com o Brasil é prioritária para a Rosoboronexport, segundo o diretor da empresa, Aleksandr Mikheev. “Estamos trabalhando ativamente na modernização e serviços de pós-venda de equipamentos russos com cooperação tecnológica e assistência na construção de instalações de infraestrutura de alta tecnologia", disse Mikheev à agência de notícias russa Tass.

Atualmente, o mercado de armamentos e equipamentos militares sul-americano é considerado o mais importante para a Rússia. De acordo com o Instituto Internacional de Estudos de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês), desde o ano 2000 Moscou estabeleceu cooperações militares com sete países da região: Brasil, Argentina, Venezuela, Colômbia, Peru, Uruguai e Equador.

Segundo a Rosoboronexport, neste ano serão exibidos na feira drones, granadas e munições.

A exportadora traz o veículo aéreo não tripulado Orlan-10E e o sistema de reconhecimento aéreo baseado em drones Orion-E.

"Nossos parceiros também demostram interesse pelos sistemas de defesa antiaérea Pantsir-S1, sistemas de mísseis antiaéreos portáteis Igla-S e Verba, sistemas antiaéreos autopropulsionados Buk-M2E e Tor-M2KM e veículos blindados BMP-T, BTR-80, BTR-82ª, entre outros”, lê-se em comunicado da Rosoboronexport.

O consórcio Tecmash, também fabricante de armamentos russos, traz ao Brasil a granada multifuncional RMG.

Armas russas já são usadas nos países da região

A Força Aérea Brasileira utiliza 12 helicópteros de combate Mi-35M (designação local: AH-2 Saber), que realizam missões de patrulha nas regiões fronteiriças do Amazonas e Roraima. Os helicópteros foram adquiridos entre 2008 e 2012, e o valor do contrato é estimado em US$ 150 milhões.

Em 2016, o Brasil recebeu um lote de sistemas de defesa aérea portáteis Igla-S, que foram integrados com o radar de detecção de alvo M-60 Sabre fabricado pela empresa brasileira BRADAR. Como resultado, as Forças Armadas do Brasil receberam um complexo de defesa altamente eficaz do tipo VSHORAD (Very Short-Range Air Defense).

As Forças Aéreas da Argentina usam dois helicópteros de transporte militar russos Mi-171E em missões de operações de busca e salvamento.

A Venezuela é o outro grande parceiro na região. Entre 2005 e 2013, a Rosoboronexport assinou com o país 30 contratos, no valor total de US$ 11 bilhões.

De acordo com o Instituto Internacional de Estudos de Estocolmo, a Venezuela possui em seu arsenal os seguintes equipamentos militares russos: veículos de combate de infantaria BMP-3M, veículos blindados de transporte de pessoal BTR-80A, lançadores múltiplos de foguetes Grad e Smerch, tanques T-72B1, sistemas de mísseis antiaéreos Igla-S, Pechora-2M, Buk-M2E, Tor-M1, helicópteros de transporte militar Mi-26T2, Mi-35M2, caças Su-30MK2V, fuzis AK-103 Kalashnikov, fuzis de precisão Dragunov SVD e muitos outros.

LEIA TAMBÉM: Unidades da Otan comprarão novos uniformes táticos de fabricação russa