Dois bombardeiros Tu-160, um avião de transporte militar e de carga An-14 e outra aeronave de passageiros Il-62 desembarcaram na última segunda-feira (10) no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, na Venezuela. Juntamente com os veículos, 100 pilotos russos também chegaram ao país latino-americano.
As tripulações das Forças Aeroespaciais da Rússia e da Força Aérea Venezuelana realizaram no aeródromo de Maiquetía sessões conjuntas de treinamento para tripulações e operações de voo. Os pilotos estudaram a área de voos, elaboraram mecanismos de interação, realizaram treinamento prático e concluíram as tarefas de voo, segundo informações da agência de notícias TASS.
Antes, porém, os aviões russos viajaram mais de 10.000 km para chegar ao país da América Latina. O voo foi realizado em estrita conformidade com os padrões internacionais para o uso do espaço aéreo, destacou o Ministério da Defesa da Rússia. “Fomos acompanhados por caças da Noruega, Islândia, Reino Unido e França”, disse o piloto Oleg Ptchelá ao Russia Today.
O ministro da Defesa venezuelano Vladimir Padrino tranquilizou a comunidade internacional por meio de sua conta no Twitter quanto à presença de bombardeiros russos no país latino-americano.
Características do Tu-160
O Tu-160, chamado Cisne Branco, tem 44 recordes mundiais em seu currículo e é considerado o mais poderoso bombardeiro pesado do mundo, já que pode transportar até 40 toneladas de bombas e mísseis, inclusive armas nucleares.
A principal característica desses bombardeiros são suas asas de geometria variável. Isso permite que o Tu-160 atue como um bombardeiro de regime de voo tanto subsônico como supersônico. O modelo pode, por exemplo, voar de Moscou para Washington em apenas quatro horas.
O Tu-160 é produzido por unidade. Ao longo de sua história, apenas 35 dispositivos foram construídos. De acordo com os dados disponíveis em 2013, a Força Aérea Russa dispõe de 16 transportadores de mísseis estratégicos Tu-160. São aviões únicos, e cada um deles, como navios, tem seu próprio nome em homenagem aos heróis do país (Iliá Múromets) ou pilotos famosos (Valéri Tchkálov). Em 1992, a construção desses bombardeiros foi interrompida, porém retomada no início dos anos 2000.
Segundo o jornal “Rossiyskaya Gazeta”, em 2015, o presidente russo Vladimir Putin ordenou a produção de uma versão modernizada dos bombardeiros estratégicos supersônicos, que ficou conhecida como Tu-160M. Essas máquinas são fabricadas na em Kazan e estão equipadas com sistemas on-board altamente avançados. Hoje a Rússia está trabalhando na criação de um bombardeiro estratégico de nova geração.
As armas dessa aeronave são transportadas em duas baias de carga internas sob a fuselagem central, entre os motores. Até 20.000 kg podem ser colocados em cada uma delas: bombas convencionais de queda livre e guiadas a laser. Também serve para o transporte de mísseis de cruzeiro de longo alcance, de ataque ar-superfície e superfície aérea-mar, mísseis nucleares táticos e antissatélites.
Modelos como esses já estiveram na Venezuela em setembro de 2008 e, pela última vez, em outubro e novembro de 2013, segundo o “Rossiyskaya Gazeta”.
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