Quase 57% dos estudantes russos são mulheres, e 46% delas cursam disciplinas ligadas a ciência, de acordo com o projeto 5-100, um programa estatal para desenvolver as principais universidades do país. No entanto, as mulheres continuam sendo sub-representadas nas ciências russas, de acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Escola Superior de Economia (HSE, na sigla em russo).
As ciências naturais na Rússia, por exemplo, são um campo ainda dominado pelos homens: são 147.604 homens contra 77.434 mulheres.
Da URSS aos dias de hoje
Na União Soviética, as mulheres eram encorajadas a entrar nos campos de estudo científico. Mais tarde, de 1991 em diante, a Rússia presenciou um aumento no número de mulheres cientistas, mas sobretudo em “campos tradicionais para elas”, tais como medicina clínica, biologia e pesquisa biomédica.
“Várias das especialidades da psicologia, assim como medicina clínica e pesquisa biomédica, estão relacionadas a domínios historicamente considerados femininos”, explicam os pesquisadores do HSE.
A matemática foi outra disciplina que experimentou um ligeiro aumento na participação de mulheres depois de 1991. Porém, a Escola Superior de Economia acredita que a razão para isso é que, nos anos 1990, os homens começaram a abandonar o país, mudar-se para o exterior, ou escolher outro emprego mais lucrativo.
“Diante de uma situação econômica difícil, o Estado russo já não conseguia mais dar suporte a ciência, e um grande número de cientistas homens deixou a Rússia para continuar suas pesquisas no exterior, o que poderia explicar parte desse aumento”, admitem os autores do estudo.
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Por outro lado, ainda de acordo com o documento, houve em 1991 uma diminuição significativa da contribuição feminina em áreas como engenharia e tecnologia.
“As universidades russas vem combatendo a sub-representação das mulheres nos setores de ciência e pesquisa, e se esforçam para dar às cientistas o reconhecimento que elas merecem”, lê-se no programa do projeto de 5-100.
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