Cientistas desvendam comportamento imprevisível dos anéis de Saturno

Ciência e Tecnologia
VICTÓRIA ZAVIÁLOVA
Com a ajuda de modelo matemático, equipe de cientistas internacionais diz ser possível encontrar respostas para a questão de um dos enigmas mais persistentes de Saturno: o comportamento errático do anel F, um dos mais externos do planeta.

A maioria dos planetas do sistema solar permanece inalterado por milhões de anos, mas os anéis de Saturno, formados por poeira e gelo, são extremamente instáveis. Galileo Galilei os observou pela primeira vez em 1610, mas, desde então, diversas questões relacionadas a sua formação e comportamento continuam sem resposta.

O anel F, por exemplo, pode se alterar em um questão de dias ou até mesmo horas. Certa vez, uma sonda espacial detectou grupos de matéria no anel F que repentinamente desapareceram. Os resultados de uma nova pesquisa podem esclarecer os fenômenos desses grupos periódicos que surgem no anel F.

Cientistas russos do Instituto de Tecnologia Skôlkovo (Skoltech), da Universidade Estatal de Moscou e do Instituto de Matemática Numérica russo juntaram-se com parceiros das universidades de Leicester, no Reino Unido, e de Boston, nos Estados Unidos, para desvendar mistérios que ainda pairam sobre o anel F.

Os pesquisadores escolheram um modelo matemático que havia sido usado para estudar os elementos mais estáveis ​​de Saturno. Como resultado, identificaram um mecanismo que poderia explicar a formação dos aglomerados no anel F. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica “Physical Review Letters”.

“Passamos quase três anos trabalhando nisso antes de apresentar nossos resultados”, disse Serguêi Matveev, autor principal e cientista de Skoltech. “Levamos muito tempo para resolver nossas dúvidas e os estágios de validação.”

Os processos de agregação de partículas (fusão) e fragmentação (declínio) desempenham um papel no comportamento imprevisível dos anéis de Saturno. Segundo os cientistas, ambos levam a um ciclo restritivo estável, o que surpreende para um modelo sob a lei de conservação em massa, no qual espera-se encontrar soluções de equilíbrio estáveis.

“Esperamos atrair o interesse da comunidade matemática para elaborar provas analíticas rigorosas do fenômeno”, acrescentou Matveev.

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