A Rússia vendeu potencialmente cerca de US$ 3 bilhões de armas para a Arábia Saudita durante a visita rei saudita, Salman bin Abdulaziz al-Saud, a Moscou nos dias 4 e 5 de outubro. No entanto, segundo as autoridades, a venda de equipamentos só será concluída mediante pagamento adiantado – ou a Rússia deixará as negociações.
Uma série de acordos de armas foram discutidos durante a visita, incluindo a instalação de uma fábrica da Kalashnikov na Arábia Saudita – que poderia resultar na produção e distribuição local de modelos AK-103.
Moscou também vendeu a Riad uma série de armas pesadas, entre elas o lança-chamas TOS-1A (capaz de eliminar inimigos em cavernas ou no subsolo com ogivas termobáricas), mísseis antitanque Kornet-M e lançadores de granadas AGS-30.
Acordo bilionário
A principal aquisição da Arábia Saudita refere-se, no entanto, a quatro sistemas antiaéreos S-400. Cada um custa cerca de US$ 500 milhões e inclui 12 lançadores e veículos de suporte, como radares e um centro de comando.
O acordo inclui ainda suporte técnico, de modo que, nos próximos anos, oficiais sauditas visitarão as bases militares russas para aprender a operar as armas adquiridas.
“A Rússia ensinará aos especialistas árabes como integrar esse sistema de defesa aérea aos complexos de armas americanos que o reino encomendou neste verão por US$ 100 bilhões”, disse o analista militar Dmítri Litovkin ao Russia Beyond.
Segundo Litovkin, Rússia e Grécia (que é membro da Otan) adotaram um acordo similar, depois de Atenas adquirir o complexo S-300 no final dos anos 1990.
“Moscou ganhará cerca de US$ 2 bilhões com a venda dos S-400, além dos adicionais futuros por conta de assistência técnica, manutenção e peças adicionais”, acrescentou.
Alcance do S-400
A última compra de armamento americano pela Arábia Saudita não inclui sistemas de defesa antimísseis de longo alcance.
O motivo, segundo especialistas, é que o russo S-400 detecta e elimina todos os alvos aéreos (incluindo mísseis de cruzeiro, bombas guiadas e não guiadas e as aeronaves mais modernas) a distâncias de até 380 km, enquanto o americano Patriot possui um alcance de apenas 180 km de distância.
“É por essa mesma razão que China e a Turquia também estão entrando na fila para adquirir o S-400”, arrematou Litovkin.