Cinco razões para visitar a cidade de Sviajsk, ilha que é patrimônio da Unesco

Vladímir Astapkôvitch/Sputnik
Com construções consideradas Patrimônio da Humanidade da Unesco e um magnífico complexo arquitetônico, a cidade possui muitos motivos para fazer parte de rotas turísticas na Rússia.

1. Legado cultural

Catedral e Monastério de Assunção, na cidade de Sviajsk.

O complexo religioso foi nomeado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 9 de julho de 2017 e pouco mudou ao longo dos séculos. Sviajsk tem 37 grandes monumentos culturais, incluindo dois monastérios e sete igrejas.

Entre elas está a Igreja da Trindade, a única igreja de madeira dos tempos de Ivan, o Terrível, que permanece preservada. A igreja foi construída sem um único prego e as marcações feitas pelos antigos carpinteiros ainda podem ser vistas. 

2. Uma das ilhas mais jovens da Rússia

Cidade de Sviajsk, no distrito de Zelenodolsk, no Tatarstão.

Até 1957, Sviajsk só se transformava em uma ilha quando a maré subia a um certo nível. Ela só se tornou uma ilha permanentemente após a construção da usina de energia hidrelétrica Togliatti, que inundou as vilas da região.

Por um longo tempo só era possível chegar à ilha de barco. O acesso terrestre só foi restaurado quando uma barragem e uma rodovia foram construídas, ligando Sviajsk à margem esquerda do rio Sviyaga, passando pela ilha Tatarskaia Griva.

3. A construção da cidade levou quatro semanas

Sviajsk durante o período soviético, em agosto de 1988.

Com uma área de 62 hectares, a ilha de Sviajsk está localizada em uma colina no estuário do rio Sviaga, próximo a Kazan, capital do Tatarstão. A cidade foi fundada como uma fortaleza por Ivan, o Terrível, em 1551, e tornou-se a primeira cidade ortodoxa na região do Volga. A Catedral de Assunção foi construída dez anos depois.  

Naquela época, Kazan era uma fortaleza inacessível, e Sviyazhsk era conhecida como “cidade do conquistador”.

A cidade foi construída em apenas quatro semanas, com o esforço de 75 mil homens, e era então maior que o Kremlin. Nunca uma cidade foi construída tão rápido na Rússia.

Muitos monastérios foram construídos em Sviajsk. A cultura, o comércio e o artesanato floresceram. Em 1781, a cidadela se tornou uma cidade de 10 mil habitantes. Hoje, apenas 200 pessoas vivem ali.

4. Tem o único afresco de São Cristóvão com a cabeça de cavalo

Afresco de São Cristóvão na Catedral de Assunção, em Sviajsk.

O interior da Catedral de Assunção é todo decorado com afrescos do século 16, dos quais muitos foram restaurados na década de 1990. É ali que se encontra o único afresco do mundo que mostra São Cristóvão com uma cabeça de cavalo. Geralmente, o santo é retratado com uma cabeça de cachorro.

De acordo com a lenda, o santo era tão bonito que as mulheres viviam à sua procura, por isso ele pediu a Deus que o tornasse feio – e recebeu uma cabeça de cavalo. A maior parte das imagens de São Cristóvão com cabeça de animais foi destruída no século 18, quando ele passou a ser retratado com uma cabeça humana.

“Visitei Sviajsk pela primeira vez em maio de 2003 e fiquei encantado, não só por sua arquitetura, mas também pela beleza do rio Volga. Na época, a restauração do convento de São Batista e do monastério tinha apenas começado, mas os afrescos da catedral já eram visíveis em toda sua glória”, disse William Brumfield, autor da obra “Arquitetura do Fim da Terra”, que em 2014 defendeu a inclusão de ambos os lugares na lista de patrimônios da Unesco.

Afrescos na Catedral de Assunção, no Monastério de Assunção de Sviajsk.

Entre os afrescos mais famosos e valiosos da catedral estão “Adão e Eva no Jardim do Éden”, “Santa Trindade” e “São João, o Divino”.

“Os afrescos da catedral são alguns dos mais raros exemplares da pintura mural ortodoxa oriental”, informa o site da Unesco.

5. Alcatraz russa

Monumento a prisioneiros políticos no Museu de História e Arquitetura de Sviajsk.

Após a Revolução de 1917, Sviajsk tornou-se um dos primeiros lugares a sofrer com a repressão política soviética. Seus monastérios foram fechados e transformados em prisões temporárias, campos de concentração e, mais tarde, em hospitais psiquiátricos.

Devido à sua localização em uma ilha, a cidade era comparada à prisão de Alcatraz, em São Francisco (EUA).

Em 2011, o museu local – que foi uma prisão onde detentos eram executados – foi reaberto após um trabalho de reconstrução. Visitantes podem ver uma cela que ainda contém pertences de prisioneiros; também há, ainda, um monumento às vítimas da repressão política na ilha.

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