10 doces que toda criança soviética adorava

Two little boys eating candy floss

Two little boys eating candy floss

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Não havia Kit Kat, Oreo ou Nutella nos dias da União Soviética. Ainda assim, doces locais – e bem mais simples – fazem os editores da Gazeta Russa lembrarem com gosto de sua infância.

1. Uma fatia de pão branco com manteiga e açúcar

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

O que pode ser mais gostoso do que um pedaço de pão branco que acabou de sair do forno, com uma camada grossa de manteiga fria sobre ele e polvilhado com açúcar? “Esse era a melhor guloseima da minha infância”, diz Anna Sorokina. “Às vezes, meus pais compravam manteiga de chocolate. Se quisesse elaborar mais, havia geleia caseira de framboesa, groselha ou cereja. Era realmente delicioso.”

2. Bolos Kartochka

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

Os bolos Kartochka eram uma das sobremesas soviéticas mais famosas. Eram originalmente preparados no lendário restaurante Praga, na rua Arbat, no centro de Moscou, em cafeterias para estudantes e em casa.

Então, qual o segredo por trás da popularidade desse bolo? A receita leva restos de bolos bolos esponjas, biscoitos quebrados e torradas velhas. Também era bem comum acrescentar farelos de pão de gengibre.

3. Caramelo caseiro (de colher)

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

“Quando eu tinha cinco anos, minha avó costumava fazer caramelo caseiro para me fazer ficar em casa e não sair”, conta Nikolai Chevtchenko. “Ela pegava uma colher de açúcar e a segurava sobre o fogo”, continua. Não demora muito para que o açúcar comece a derreter, e o cheiro de melaço toma conta da casa. Não é só Chevtchenko – muitos que vivam na União Soviética associam isso a sua infância.

Que preparar também? Leve uma colher sobre o fogo, e depois deixe o açúcar castanho escuro, já derretido, resfriar e cristalizar por um ou dois minutos. Então prove. Tem consistência de puxa-puxa, então demora um pouco para comer. Mas é certo que a criançada vai implorar por outro assim que terminar a primeira colher.

4. Chocolates e doces da Rot Front

(Foto: Rot Front)(Foto: Rot Front)

Da época soviética até os dias hoje, os chocolates em embalagens coloridas e bem desenhadas sempre atraiu crianças, adultos e, é claro, muitos turistas. “Urso no Norte”, “Esquilo”, e “Chapeuzinho Vermelho” – havia e há tantos para escolher.

“A primeira coisa que me veio à cabeça quando me perguntaram sobre meu doce preferido na infância foram as barrinhas de soja da fábrica Rot Front, elas são tão gostosas! Minha mãe as escondeu de mim, mas sempre encontrava e acaba comendo o pacote inteiro”,  relembra Aleksandra Guzeva.

5. Refrigerantes soviéticos

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

Muito antes da Coca-Cola, da Fanta e de outros refrigerantes norte-americanos serem introduzidos na Rússia, as crianças eram loucas por bebidas gaseificadas próprias, tais como Sitro, Buratino (Pinóquio russo) e Saian (em referência à cordilheira siberiana), entre outras. Ainda é possível encontrar muitos delas nas prateleiras dos mercados.

“Provavelmente todos que cresceram na União Soviética lembram daquelas máquinas de venda automática onde podíamos pegar água de graça e adicionar xarope doce por um pequeno valor – era ótimo! Todos bebiam do mesmo copo: na União Soviética todos eram irmãos e irmãs”, brinca Aleksandra Guzeva.

6. Doce de leite

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

Toda criança soviética sabia como fazer doce de leite, embora fosse necessário cuidado. Se o leite condensado for deixado por muito tempo, e toda a água evaporar, a lata pode explodir e causar um estrago nas paredes e no teto.

Se feito corretamente, o resultado é uma pasta cremosa de caramelo para comer de colher. Também pode ser usada como recheio para bolos e sobremesas em geral.

Hoje é possível encontrar doce de leite pronto nos mercados e lojinhas russas, e, por isso, muitas pessoas não costumam mais prepará-lo em casa.

7. Algodão doce

(Foto: ZUMA Press/Global Look Press)(Foto: ZUMA Press/Global Look Press)

As crianças soviéticas recordam com nostalgia como tentavam comer essa bagunça açucarada o mais rápido possível, antes que derretesse, e quão pegajosas suas mãos ficavam depois. O algodão doce era uma guloseima raro e um tanto especial.

“Eu sempre associei essa explosão de açúcar com verão e com os passeios de fim de semana com meus pais no zoológico de Moscou ou no parque Górki – o algodão doce não era vendido em todos os lugares. Era preciso ter cuidado, porém, pois atraía todo tipo de bicho voador”, relembra Guzeva.

8. Donuts soviéticos

(Foto: Getty Images)(Foto: Getty Images)

Os donuts soviéticos não eram como as mundialmente famosas rosquinhas americanas, com mil coberturas e recheios. Naquela época, havia apenas um tipo à venda nas lojinhas soviéticas – rosquinhas polvilhadas com açúcar.

“Lembro-me de que, por alguma razão, esses donuts só eram vendidos no circo. Como tive a sorte de crescer não muito longe do Grande Circo de Moscou, eu comia sempre. Meu rosto inteiro ficava coberto com açúcar de confeiteiro, mas você nem imagina o quão feliz eu estava”, conta Guzeva. O único problema, segundo a editora, é que, depois de esfriarem, as rosquinhas não ficavam nada boas.

9. Halva

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

Esse doce do Oriente Médio, feito de sementes de girassol, era muito popular entre as crianças soviéticas. Como era fácil achá-lo em qualquer lugar, não se tratava de uma iguaria – apenas uma guloseima comum. A halva com chocolate, uma das versões mais especiais, é um doce popular na Rússia até hoje.

10. Caramelo caseiro

(Foto: Legion Media)(Foto: Legion Media)

“Quando criança, passava quase todos os meus verões em uma pequena aldeia distante, escondida em algum lugar na densa floresta da região de Vladímir”, lembra Olga Vlasova.

“O mercado mais próximo, que vendia apenas itens básicos, ficava bem longe de nós, e, em geral, todas as avós dos meus amigos tinham pouco dinheiro, ainda mais para gastar em coisas tão supérfluas como doce para as crianças. Mas elas tinham uma maneira de adoçar nossa vida. A avó da minha amiga Sveta era detentora do segredo: ela sabia cozinhar uma bala de leite tipo toffee (“tianutchka”). Era muito mais acessível prepara-lo, pois o leite era local. Além disso, em todas as famílias o açúcar era armazenado em grandes quantidades para fazer marmelada no verão. Ela não nos mimava com tanta frequência, mas isso tornou as raras ocasiões ainda mais prazerosas”, recorda Vlasova.

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