Brasil e Rússia negociam complexo de lançamentos para Angará

Os custos dos lançamentos do Angará em 2025 será quase 20% abaixo dos do Proton-M. Foto: Mikhail Voskresenski / RIA Nóvosti

Os custos dos lançamentos do Angará em 2025 será quase 20% abaixo dos do Proton-M. Foto: Mikhail Voskresenski / RIA Nóvosti

Porta-foguetes seria lançado da base de Alcântara. Brasília oficializou na segunda-feira (27) fim de acordo para lançamentos com Ucrânia.

Rússia e Brasil estão conduzindo negociações para criar um complexo de lançamentos para o porta-foguetes Angará na base de Alcântara, no Maranhão, de acordo com Aleksandr Medvedev, construtor que está preparando esse equipamento no Centro Khrúnitchev, em Moscou.

"Houve considerações e propostas para a construção de um complexo de lançamento separado para o Angará na base de Alcântara, no Brasil. Lançar da linha do Equador é uma alternativa interessante. Tem muita  chance de gerar concorrência. Agora estão sendo conduzidas negociações", disse Medvedev à agência Tass.

O Brasil oficializou na segunda-feira (27) o fim de um acordo com a Ucrânia para lançamento de foguetes Cyclone 4.

Apesar de rumores sobre a quebra do acordo terem se iniciado já em abril deste ano, somente no final de julho a decisão foi publicada no Diário Oficial da União.

Os prejuízos com o fim do acordo Brasil-Ucrânia podem chegar a R$ 1 bilhão.

Medvedev também afirmou que o futuro porta-foguetes Angará-A3 poderá ser usado no projeto Sea Launch (ver box), junto ao russo-ucraniano Zenit.

Sea Launch
É um serviço de lançamento de foguetes espaciais que usa uma plataforma marítima, a Odyssey, especializada em foguetes Zenit 3SL. O projeto foi uma joint-venture entre EUA, Rússia, Ucrânia e Noruega, mas hoje a maior parte dele pertence à estatal russa Enérguia.


"Por enquanto, essa ideia ainda se mantém. Devemos esperar algumas resoluções, e depois disso pode ser que isso seja levado para frente", disse.

No início deste, divulgou-se que o Brasil poderia abrigar o projeto Sea Launch, responsável por lançar alguns Zenit. Os lançamentos da plataforma marítima foram suspensos em 2014, divulgou-se a suspensão de lançamentos.

Aperfeiçoamento

O construtor explica que o aperfeiçoamento do porta-foguetes Angará-5 para o lançamento de naves espaciais tripuladas custará em torno de 10 bilhões de rublos (US$ 170 milhões), sem contar os gastos na infraestrutura terrestre.

"Planejamos realizar em torno de 2021 o primeiro lançamento do porta-foguetes Angará-5, que poderá colocar cosmonautas em órbita. Os primeiros lançamentos serão não tripulados, já que será preciso confirmar a segurança desse porta-foguetes em lançamentos reais", disse Medvedev.

Além disso, ele diz que os custos dos lançamentos do Angará em 2025 será quase 20% abaixo dos do Proton-M.

"É preciso ter em mente que o preço de custo para a preparação do Angará-5 irá diminuir com o aumento da quantidade de artigos fabricados", explica.

Em dezembro do ano passado, o presidente russo Vladímir Pútin participou, por videoconferência, da cerimônia do primeiro lançamento experimental de um porta-foguetes Angará A-5.

Em meados de maio deste ano, o Ministério da Defesa da Rússia apelou ao Tribunal de Arbitragem de Moscou com um pedido de pagamento de 1,8 bilhão de rublos pelo Centro Khrunitchev.

O motivo do pedido não foi divulgado, mas sua relação com o recente acidente do porta-foguetes Proton que levou à perda do satélite mexicano MexSat-1 foi descartada, já que a ação foi iniciada antes do ocorrido.

Com material do jornal Vzgliad, do portal Rossbalte da agência Tass.

 

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