Base de lançamentos perto do oceano pode ser usada para dar continuidade ao projeto russo Foto: TASS
O diretor da Agência Espacial Russa (Roscosmos), Ígor Komarov, não exclui a possibilidade de a base da plataforma de lançamentos marítimos Odyssey e o navio de comando do projeto Sea Launch virem a ser transferidos de Long Beach, na Califórnia, para um porto brasileiro.
“Não descarto a possibilidade de considerar também este projeto com parceiros no Brasil”, disse Komarov, em uma entrevista concedida à agência de notícias TASS no Fórum Econômico de São Petersburgo (Spief-2015).
Segundo ele, as perspectivas do projeto estão sob questionamento, uma vez que a Boeing entrou, em 2013, com uma ação judicial contra a corporação russa RKK Enérguia e a fábrica Iujmash, da Ucrânia – ambas parceiras no projeto (vide quadro). O processo contém quatro reivindicações, das quais duas (no valor total de US$ 223 milhões) têm como alvo a RKK Enérguia e subsidiárias ligadas ao Sea Launch.
Além disso, Komarov ressaltou que há outras dificuldades envolvendo também a parte ucraniana. “Existem aqui sérios problemas com o cumprimento dos compromissos no que se refere à preparação dos foguetes transportadores [Zenith – nota da TASS)”, acrescentou o diretor da Roscosmos.
Uma fonte no setor espacial já havia informado que a plataforma de lançamentos marítimos Odyssey e o navio de comando do projeto Sea Launch se preparavam para abandonar os Estados Unidos. “As condições para retirar dos EUA as embarcações do projeto Sea Launch já foram tratadas com a parte norte-americana (...) e não houve reação negativa a essa decisão”, disse a fonte.
No entanto, antes de as embarcações deixarem o porto de Long Beach, na Califórnia, todo o equipamento de fabricação norte-americana deverá ser removido. “Para não violar as leis norte-americanas, o equipamento será desmontado e deixado nos EUA. Mas não se trata de equipamento importante para a continuidade do projeto”, acrescentou a fonte.
É um projeto internacional que pressupõe o lançamento de foguetes a partir de uma plataforma marítima. Para implementação do projeto, as empresas americana Boeing e russa RKK Enérguia, a companhia de construção naval norueguesa Kvaerner (atual Aker Solutions), e as corporações ucranianas Iujnoie e Iujmash fundaram, em 1995, uma empresa também chamada ‘Sea Launch’. Em junho de 2009, a empresa conjunto declarou falência. No processo de reorganização do projeto, a RKK Enérguia assumiu o controle dos trabalhos em 2010. Em agosto do ano passado, após os acontecimentos na Ucrânia, a corporação anunciou a suspensão de suas atividades.
Publicado originalmente pela agência de notícias Tass
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