Catedrais da Igreja Ortodoxa Russa foram construídas em várias partes do mundo em diferentes épocas e por muitas razões. Antes da Revolução Russa, essas igrejas foram construídas em países europeus para as comunidades russas que ali viviam.
Era costume entre os russos ricos viajar para a Europa para tratamento médico ou apenas para relaxar. No entanto, escritores, artistas e compositores russos famosos também iam para lá se inspirar.
As catedrais russas também eram construídas em países fora do mundo ocidental por iniciativa de missões que iam ali promover a religião — foi o caso, por exemplo, de uma igreja russa no Japão.
Após a revolução, muitos fieis deixaram a Rússia, fugindo do regime comunista, que era contra a religião. Essas comunidades também ganharam igrejas, que eram construídas com dinheiro arrecadado pela paróquia ou eram prédios já construídos comprados das igrejas locais.
Esta igreja foi construída em homenagem à grã-duquesa Isabel Mikhailovna, da família Romanov, já depois de sua morte. Ela se casou com Adolf, duque de Nassau, e eles se estabeleceram em Wiesbaden.
Um ano após o casamento, Isabel morreu durante o parto e seu marido construiu uma igreja sobre seu túmulo. Hoje, a igreja tem o maior cemitério ortodoxo da Europa.
No século 19, Wiesbaden era um popular destino de férias para a aristocracia russa, e na época a igreja tinha uma frequência considerável. O imperador Nicolau 2° e sua esposa Alexandra Feodorovna também visitaram a igreja durante suas viagens.
Após a Revolução de 1917, o número de fieis a frequentar a igreja cresceu devido à imigração russa nos arredores. A igreja continua funcionando até hoje e uma escola de catecismo foi aberta ali — seu nome homenageia “Dostoiévski”.
As comunidades russas nem sempre podiam construir sua própria igreja. Em casos assim, a paróquia alugava ou comprava prédios de outras igrejas. É por isso que algumas igrejas ortodoxas ficam em edifícios atípicos para a arquitetura russa.
Foi o caso da Igreja de São João de Kronstadt, em Hamburgo. O prédio foi erguido pela comunidade luterana no início do século 20, mas, aos poucos, o número de paroquianos foi diminuindo a tal ponto que a comunidade não conseguia mais sustentar a igreja.
Em 2004, o prédio foi vendido à comunidade ortodoxa, e com um enorme desconto: a comunidade russa pagou apenas o terreno onde a igreja estava e o edifício em si custou um simbólico euro.
Em 2005, a igreja foi benzida no dia da memória de São João de Kronstadt.
A aristocracia russa começou a visitar San Remo em meados do século 19 – os médicos recomendavam o balneário para tratar doenças pulmonares. Dizem que a ideia de criar uma igreja russa ali, porém, foi proposta pela imperatriz Maria Alexandrovna, esposa de Alexandre 2°.
Mas esse plano se concretizou muito mais tarde, só no governo de Nicolau 2°. Em 1913, as missas já eram realizadas na igreja, mesmo que ela ainda não estivesse pronta.
Os preparativos para a construção da igreja começaram no ano de 1900 e a pedra fundamental foi colocada em 1903. A imperatriz Maria Feodorovna, esposa de Alexandre 3°, foi a patrona da construção.
Inicialmente, Maria Feodorovna estava noiva do irmão de Alexandre 3°, o tsesarevitch Nicolau. Mas ele morreu repentinamente, devido a uma doença, e passou seus últimos dias em Nice.
A catedral só foi construída em 1912, com fundos do imperador Nicolau 2°.
Durante todo o século 19, cerca de 1.000 russos viviam permanentemente ou temporariamente em Paris, e a pequena igreja ortodoxa dentro da embaixada russa não podia acomodar todos.
Assim, Ióssif Vassiliev, um padre da embaixada, iniciou a construção de uma nova igreja e assumiu pessoalmente as rédeas da arrecadação de fundos para ela. Não apenas os cristãos ortodoxos, mas também católicos e protestantes participaram dessa arrecadação de fundos. Roman Kuzmin e Ivan Strohm foram os arquitetos responsáveis pela igreja.
A França foi um polo de atração da emigração russa após a Revolução Bolchevique de 1917, por isso, os ritos funerais de muitas personalidades foram realizados na catedral, por exemplo: o empresário Serguêi Diaguilev, o cantor Fiódor Chaliapin, o artista Wassily Kandinsky, entre muitos outros.
A amada filha do conde Piotr Chuvalov morreu durante o parto no cantão suíço de Vaud, em 1872. O conde queria que ela encontrasse seu último descanso em solo cristão ortodoxo, em uma igreja cristã ortodoxa. Assim, em 1878, construiu a Igreja de Santa Bárbara (sua filha levava o nome desta santa).
Até hoje a igreja realiza missas regularmente. Apesar da extensa restauração, alguns detalhes do interior ainda requerem trabalhos, por isso a igreja busca ativamente fontes de financiamento.
A ideia da construção desta igreja foi de Antonin Kapústin, chefe da missão russa na Terra Santa. Em 1881, quando os grão-duques Serguêi Aleksandrovitch e Pável Aleksandrovitch foram em peregrinação à Terra Santa, Antonin lhes contou sobre sua ideia.
Assim, em 1882, a Rússia já tinha obtido documentos sobre a propriedade das terras na encosta do Monte das Oliveiras e, em 1888, a construção foi concluída.
A igreja era mantida à época com recursos da família imperial e doações. Hoje, ela é administrada pela Igreja Ortodoxa Russa e pela Igreja Ortodoxa Russa no exterior.
A fundação desta igreja aconteceu por iniciativa do Conselheiro Privado Aleksandr Provorov, em 1896. Ele foi um de seus principais financiadores, junto com alguns comerciantes e industriais russos.
Após três anos de construção, a igreja foi consagrada. Seu pequeno prédio foi projetado para apenas 60 pessoas. Sua iconostase de um único andar de carvalho foi trazida de São Petersburgo.
No final do século 19, uma ampla comunidade cristã ortodoxa surgiu em Nova York. Então, tomou-se a decisão de construir uma igreja que acomodasse até 900 pessoas.
Em 1900, o presidente do comitê de construção da igreja foi à Rússia em busca de fundos. Ele recebeu os primeiros 5.000 rublos de Nicolau 2° e mais 500 rublos de João de Kronstadt. Muitos cristãos ortodoxos seguiram o exemplo deles e logo foram arrecadados quase 80.000 rublos.
Em 1902, a igreja foi consagrada. A partir de 1905, tornou-se uma catedral – o centro espiritual do cristianismo ortodoxo russo na América do Norte.
A mais antiga Igreja Ortodoxa Russa na África foi construída entre 1931 e 1932 a pedido de emigrantes russos. Depois dela, igrejas cristãs ortodoxas russas passaram a ser abertas também em outras cidades marroquinas.
A pequenas dimensões da igreja levaram a discussões sobre seu fechamento. Mas um novo fluxo de migrantes russos entre os anos 1980 e 2000 salvou-a. Na década de 2010, foi realizada uma extensa restauração do edifício.
O missionário russo Nicolau do Japão (Kassátkin) era pároco da igreja da embaixada russa na cidade japonesa de Hakodate. Durante seus primeiros anos no novo país, ele estudou a língua e a cultura do Japão. Mais tarde, ele adquiriu tal domínio da língua japonesa que traduziu as Sagradas Escrituras para o japonês. Ele também foi o fundador da missão espiritual russa no Japão.
A missão foi bem-sucedida e algumas igrejas cristãs ortodoxas começaram a surgir em Tóquio. Como eram necessários fundos para a construção de uma catedral, em 1880, Nicolau do Japão foi para a Rússia.
Pregando em diversas cidades e arrecadando fundos para a construção, ele levantou 130.000 rublos. Em 1891, a catedral foi consagrada. Os japoneses a chamam de “Nikolai-Do”.
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