Um leopardo que vive no Cáucaso

Viagem
ANNA SORÔKINA
É fácil imaginar leopardos na selva, mas acontece que eles também vivem na Rússia. Você provavelmente já ouviu falar dos ‘Amur’ (leopardos do Extremo Oriente), mas esses felinos selvagens também podem ser encontrados nas montanhas do Cáucaso.

Você deve se lembrar do poema ‘O Noviço’, de Mikhail Lermontov: “Havia um eterno convidado do deserto — o todo-poderoso bars*!”

Neste trecho, ele descreve o encontro do personagem com um leopardo. O animal vivia nas montanhas, sobretudo entre as rochas e pedras espalhadas, e as pessoas chamavam esse leopardo de “bars” caucasiano.

*O termo “bars” provêm das línguas turcomanas antigas, nas quais tem o significado de “leopardo, lince, tigre”.

O leopardo da Ásia Menor (Panthera pardus ciscaucasica) é maior que o do Extremo Oriente; no inverno, sua pelagem fica bastante clara, com tonalidade cinza. Suas manchas, entretanto, não são pretas, porém marrons.

Eles viviam no Cáucaso e na Ásia Central, mas, na década de 1950, foram praticamente exterminados. Até recentemente, o leopardo caucasiano era considerado uma espécie extinta na Rússia.

A população da espécie começou a se recuperar em 2006. Vários pares de animais foram levados ao Parque Nacional de Sochi oriundos da vida selvagem no Turcomenistão, Irã (onde ainda permanecem) e de zoológicos estrangeiros. Como resultado, seus filhotes foram avistados na Tchetchênia e na Ossétia do Norte (cujo brasão retrata esta mesma espécie de leopardo).

Vivem atualmente no Cáucaso cerca de 10 a 15 leopardos — no Parque Nacional de Sochi, na Ossétia do Norte e em Kabardino-Balkária. Às vezes, leopardos de outros países também se aventuram em uma visita.

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