Os 5 principais mosteiros ortodoxos de Moscou

Mosteiro Donskói

Mosteiro Donskói

Agência Moskva
No centro da grande metrópole há vários mosteiros antigos que conseguiram sobreviver à luta do governo soviético contra a religião. Quase todos os mosteiros em funcionamento são considerados monumentos históricos e arquitetônicos e recebem multidões de turistas todos os dias. Escolhemos os cinco mosteiros mais bonitos da capital russa.

Antes da revolução comunista de 1917, havia cerca de 30 mosteiros ativos no território da moderna Moscou, cinco dos quais dentro do Kremlin. Como parte da luta contra a religião, o governo soviético destruiu e fechou cerca de metade deles. Hoje, em Moscou, há somente 15 mosteiros em funcionamento.

A maioria dessas instituições religiosas são muito antigas e datam dos séculos 15, 16 e 17.

1. Convento Novodévitchi

Este complexo monumental do século 16 no estilo barroco russo é um local de grande importância histórica e religiosa.

O convento Novodévitchi, localizado perto do centro da capital russa, é um dos poucos lugares da cidade onde algumas das tradições pré-revolução bolchevique continuam bem preservadas. O convento foi fundado no começo do século 16 por Vassíli 3º, pai de Ivan, o Terrível.

Novodévitchi continua a funcionar como um mosteiro até hoje. Muitas russas da nobreza e da família real foram monjas neste convento. Entre elas, esteve Sofia, a irmã mais velha de Pedro, o Grande. Durante os séculos 17 e 18, a pequena comunidade do convento Novodévitchi - que era, em sua maior parte, feminina - abriu um hospital, um abrigo para veteranos e um orfanato em seu terreno.

O convento Novodévitchi, listado como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Este centro religioso foi tão significativo no nível espiritual e político que, durante a guerra contra a França, em 1812, Napoleão considerou que sua destruição seria algo de vital importância. No entanto, o local foi salvo por seus moradores. O convento Novodévitchi é considerado um dos melhores exemplos da arquitetura russa clássica. Para a elite de Moscou, era muito prestigioso ser enterrado dentro dos muros do monastério. Mas, no final do século 19, o espaço para lápides se esgotou. Assim, foi inaugurado um novo cemitério atrás dos muros do original, e ambos foram unificados.

2. Mosteiro Donskói

O mosteiro foi fundado no final do século 16 em homenagem à vitória sobre os tártaros da Crimeia. Ele foi construído na então periferia sul de Moscou, onde se localizava o acampamento militar real. Com a expansão da cidade ao longo dos anos, o local hoje em dia é considerado uma área central da cidade. O monastério, com suas poderosas muralhas, foi concebido como uma estrutura defensiva, e dedicado ao Ícone da Mãe de Deus do Don. As principais igrejas do mosteiro são a Pequena Catedral, construída no final do século 16 e a Grande Catedral, construída no final do século 17.

A Grande Catedral e a Pequena Catedral.

O local foi saqueado e destruído várias vezes: durante o Tempo das Dificuldades na virada dos séculos 16 para 17 e em 1812, quando Napoleão invadiu Moscou.

Iconóstase da Grande Catedral.

Nos tempos soviéticos, o mosteiro teve sorte e não foi destruído, mas transformado no Museu de Arquitetura, onde foram guardadas esculturas de muitas outras igrejas e mosteiros demolidos pelo governo soviético, como, por exemplo, as da Catedral de Cristo Salvador.

3. Mosteiro Poskróvski

Esse mosteiro para homens foi fundado em 1635 pelo tsar Miguel 1º, o primeiro da dinastia Romanov, em memória de seu pai, o Patriarca Filaret. O mosteiro funcionou até a época soviética, quando ele foi fechado e parcialmente destruído. Ele voltou a funcionar na década de 1990, mas como mosteiro feminino.

Vista do Mosteiro Poskróvski celebrando o 22º aniversário da descoberta das relíquias de Santa Matrona de Moscou (Beata Anciã de Moscou).

Hoje, é popular entre os crentes devido às relíquias da Santa Matrona de Moscou, canonizada em 1997. Essa santa morreu em 1952 e é famosa por ajudar os que sofriam durante a Segunda Guerra Mundial.

4. Convento Marfo-Mariínski

Um dos mosteiros mais recentes de Moscou foi fundado pela irmã da última imperatriz russa Alexandra, a Grã-Duquesa Elizaveta Feodorovna, em 1909. Ela fundou o mosteiro após a morte de seu marido, o governador-geral de Moscou Serguêi Aleksándrovitch, assassinado por terroristas.

A principal Catedral de Intercessão foi construída pelo arquiteto Aleksêi Schusev em estilo art nouveau.

Monumento à Grã-Duquesa Elizaveta Feodorovna Romanova no território do Convento de Marfo-Mariínski.

Elizaveta estava ativamente envolvida em trabalhos de caridade; as irmãs do seu mosteiro cuidavam de crianças de rua, trabalhavam na escola dominical e como enfermeiras em hospitais. Durante a Primeira Guerra Mundial, um hospital para feridos foi organizado no mosteiro.

Nos tempos soviéticos, Elizaveta foi exilada junto com outros Romanov na cidade de Iekaterinburgo, onde mais tarde foi assassinada pelos comunistas. O mosteiro foi fechado e durante muito tempo funcionou como ambulatório, cinema ou casa de cultura.

Hoje o mosteiro está aberto e, segundo a antiga tradição, funciona como um abrigo para meninas órfãs.

5. Mosteiro Spaso-Andronikov

Mosteiro Spaso-Andronikov

O único mosteiro da lista que não está funcionando hoje em dia é o Spaso-Andronikov. No seu território está localizada a igreja mais antiga de Moscou, a Catedral Spásski. Nesta igreja construída na década de 1420, sobreviveram fragmentos de obras do grande pintor de ícones russo Andrei Rublev.

Durante a época soviética, o mosteiro foi fechado e em seu terreno foram criados apartamentos para os trabalhadores das fábricas vizinhas. No entanto, o nome de Rublev foi tão significativo para a história russa, que em 1961 o governo soviético decidiu restaurar o mosteiro.

A Catedral Spásski (no centro).

No terreno do mosteiro foi aberto um monumento a Andrei Rublev e o Museu de Cultura e Arte da Rússia Antiga, que reuniu ícones antigos e outros objetos de arte religiosa de todas as igrejas fechadas da URSS.

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