Por que a raposa do Ártico é a brutamontes de comportamento mais tóxico da tundra russa? (FOTOS)

Viagem
ELEONORA GOLDMAN
Esta belezura branca é fofa só nas fotos. Se você a encontrar pessoalmente, esconda a comida!

Na Rússia, as raposas estão por toda a parte, de Kaliningrado a Vladivostok. Mas a raposa do Ártico só é encontrada mesmo na região homônima. E, apesar da aparência fofa, ela é a principal ladra e malandra do selvagem Norte russo.

Rouba tudo o que puder comer

Via de regra, os animais selvagens se mantêm afastados dos seres humanos. Mas as raposas há muito entenderam que onde há pessoas, há comida.

A raposa do Ártico é, por natureza, um predador pequeno, que pesa até 8 kg e é branca. Ela caça pequenos roedores, como camundongos e lemingues. Sua aparência é esta:

As raposas do Ártico vivem nas regiões polares da Eurásia e da América, mas são especialmente abundantes em ilhas e até mesmo no gelo flutuante do Oceano Ártico. Elas gostam da tundra montanhosa e até dos desertos árticos.

As raposas do Ártico não têm medo da civilização e se virem alguém pescando se aproximam - e não têm vergonha de roubar a pesca. Por isso, as pessoas que vivem e trabalham no Ártico escondem tudo das raposas do Ártico - caso contrário, elas são atraídas pelo cheiro e roubam tudo.

Mas, na verdade, elas não comem tudo: apenas estocam, por precaução.

Como as raposas do Ártico são semelhantes às raposas comuns (e aos caninos em geral), as pessoas tentam domesticá-las, dando-lhes alimentos. Esses animais podem ser "amigáveis" com as pessoas, deixando-se acariciar - mas em troca de guloseimas, é claro.

As raposas do Ártico são desafiadoras também com outros animais e roubam até a comida dos ursos polares.

Arquitetas da tundra subterrânea

Imagine que você está na tundra polar com pouca ou nenhuma vegetação e muito permafrost. Onde você viveria se fosse uma raposa? Esses animais cavam tocas com estruturas complexas e escolhem locais não muito altos (é mais fácil cavar neles, já que o solo é mais macio e venta menos) ou ocupam tocas já cavadas anteriormente.

Em seguida, eles criam uma rede de complicadas passagens. As novas tocas chegam a ter 10 entradas, mas as antigas, construídas há décadas, chegam a ter 80 entradas. As famílias de raposas do Ártico podem usar a mesma toca por várias gerações se tiverem alimento suficiente na área.

Maior resistência ao frio

A natureza criou mecanismos de sobrevivência surpreendentes para a raposa do Ártico. No Ártico, venta muito, há nevascas e a temperatura chega a até 70 graus Celsius negativos.

Mas a raposa não hiberna e seu metabolismo não fica mais lento (na verdade, ele até fica mais rápido). Seu melhor momento é o inverno. Em primeiro lugar, a pele da raposa é muito grossa e quente (e por isso ela sempre foi uma tara da indústria de peles: os casacos de pele de raposa estão entre os mais duráveis, podendo ser usados por mais de 10 anos).

Em segundo lugar, a raposa dorme ou descansa enrolada, como um tatu bola, o que a ajuda a reduzir a perda de calor. As patas curtas e as orelhas arredondadas também contribuem para isso, e as raposas usam sua cauda peluda como cobertor.

Não são só brancas

A raposa é muito diferente no verão e no inverno. Mas é simples: a raposa tem duas pelagens e as troca de acordo com a estação. No outono e no inverno, elas são brancas (elas ficam mais peludas em janeiro e fevereiro, no auge das nevascas), mas na primavera e no verão elas tomam uma coloração cinza ou marrom-escuro e perdem peso.

Além disso, o Extremo Oriente é o lar de raposas árticas muito raras, listadas no Livro Vermelho da Rússia de animais ameaçados de extinção. As mais famosas são as chamadas raposas azuis, que vivem em várias ilhas isoladas no sul das ilhas Curilas, no Extremo Oriente. Também nas ilhas Comandante há uma subespécie maior de raposa azul, a Mednovski (Vulpes lagopus semenovi).

A pelagem das raposas azuis mantém a mesma coloração tanto no inverno quanto no verão (um marrom-acinzentado). A única diferença entre as estações é que no verão elas ficam mais magras.

Em algumas ocasiões raras, porém, também se podem encontrar raposas cinza-claro na natureza.

No vídeo abaixo, as raposas azuis ajudam as pessoas a gravar um filme sobre as ilhas Comandante (pedindo apenas peixes em troca):

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