A Tchukotka é um lugar onde qualquer um pode se tornar pioneiro. Esta região, que é a mais remota do leste russo, tem uma tundra sem limites, colinas cobertas de neve o ano todo, fontes termais e animais marinhos. E temos quase certeza de que você nunca esteva lá!
Esperando o pôr do sol.
Anna SorôkinaQuase todas as viagens por esta região começam em Anadir, o centro administrativo da Área Autônoma de Tchukotka. A cidade é pequena (com uma população de apenas 15.000 habitantes), mas parece a mais colorida da Rússia.
Colorful buildings.
Anna SorôkinaO clima na Tchukotka é severo: muitas vezes está nublado, os ventos são fortes e cortantes, o verão é curto e frio e quase não há vegetação.
Anadir vista de cima.
Ida TaubePara melhorar o humor das pessoas, pelo menos de alguma forma, todas as casas dos assentamentos locais são pintadas com cores diferentes. Em Anadir, também há belos murais árticos, ou seja, grafites gigantes com um tema específico do norte: um urso polar dormindo na lua, um cervo piscando e arte abstrata com morsas.
A cidade de Anadyr fica no estuário homônimo – o golfo do Mar de Bering. É um lugar incrível! Muitas focas e baleias beluga (baleias brancas dentadas do Ártico) vivem no estuário e posam alegremente para as câmeras dos turistas.
Evening Liman.
Anna SorôkinaNão há razão para temer os animais: eles são inofensivos e curiosos!
Fur-fur-fur... O som das morsas bufando só pode ser ouvido do mar. Existem lugares realmente incríveis no Parque Nacional de Beríngia, que também inclui a costa e as ilhas do Mar de Bering.
Meetchkin.
Anna SorôkinaNo parque fica o ponto de encontro favorito das morsas, com suas grandes presas e vozes retumbantes. Outra parte do parque é ponto de encontro de orcas brincalhonas, mostrando suas caudas para os viajantes humanos. Ainda ainda tem focas e baleias.
"Are you going to watch us?"
Aleksandr Krimov/ Governo da região autonoma de TchukotkaO Mar de Bering também tem um dos mais longos cordões litorais do mundo, o Meetchkin, com 60 quilômetros de extensão. A areia ali é como a dos mares quentes, afirma o guia turístico Aleksandr Endaltsev. “Este é o único lugar entre Anadir e Egvekinot onde você pode entrar na baía e se esconder do vento.”
Neste momento, está sendo construído um moderno centro turístico no cordão litoral, e de lá as pessoas poderão observar morsas e baleias.
No fim do continente.
Legion MediaA borda do mundo é exatamente como todo mundo imagina: um alto penhasco rochoso, que mergulha abruptamente no mar gelado. O Cabo Dejnev é o ponto continental mais oriental da Rússia e de toda a Eurásia.
Cabo Dejnev.
Anna SorôkinaÉ ali que se encontra um farol-monumento ao cossaco Semiôn Dejnev, cuja expedição foi a primeira a chegar à orla do continente, em 1648.
Quando o céu está aberto, é possível ver as Ilhas Diomedes dali, através do Estreito de Bering, entre as quais fica a fronteira entre a Rússia e os EUA.
No Cabo Dejnev, pode-se avistar a antiga aldeia de esquimós de Naukan, a mais oriental até meados do século passado (agora, o título pertence à vila de Uelen, 22 quilômetros a oeste).
À beira-mar.
Iúri Smitiuk/TASSAntes de seu reassentamento, em 1958, já que a aldeia estava muito perto da fronteira com os EUA, ela tinha uma população de cerca de 400 pessoas. Agora restam apenas as ruínas de pedra de suas casas.
Mas a característica mais impressionante do lugar são as gigantescas mandíbulas de baleiano chão, nas quais os barcos eram amarrados no passado. Essas terras são consideradas sagradas —não é permitido falar palavrão ali e nem mesmo falar alto.
Monumento "O Símbolo do Sol".
Stepan KorchunovO meridiano que separa o “ontem” do “hoje” (e também o Hemisfério Oriental do Hemisfério Ocidental) passa por terra apenas na Antártida e na Península da Tchukotka.
A linha da data oficial é deslocada para a fronteira marítima entre a Rússia e os EUA, entre as Ilhas Diomedes, mas, geograficamente, fica a 60 quilômetros da vila de Egvekinot.
Ida Taube.
Anna SorôkinaO “Símbolo do Sol”, um monumento de concreto instalado na interseção do Círculo Polar Ártico com o meridiano 180, é uma pequena cópia do Sol.
“É 400 milhões de vezes menor que a estrela real, e tem apenas 3,48 metros de diâmetro”, observa Ida Taube, fotógrafa e autora do projeto.
The place where "today" meets "yesterday".
Ida TaubeO “hoje” fica na colina atrás do monumento, e o “ontem” fica em frente. Como resistir a dizer “olá” a partir do “futuro”... ou do “passado”?
O “Arco do Círculo Polar Ártico” foi instalado por moradores locais em 1981, a 28 quilômetros de Egvekinot. A colossal construção feita de barras de metal paira sobre a rota que leva à aldeia abandonada de Iultin.
Há vários anos, geógrafos russos recalcularam as coordenadas quando descobriram que o verdadeiro ponto de passagem do Círculo Ártico ficava a vários quilômetros do arco, ao pé de uma colina. No entanto, era impossível mover o arco para lá. Assim, em vez disso, um pilar memorial foi instalado lá.
Construção de um parque étnico ao estilo da antiga aldeia de caçadores do mar perto da aldeia.
Alexander Krymov / Chukotka Autonomous Area GovernmentA aldeia Egvekinot, a 600 quilômetros de Anadir, é apelidada de “Suíça da Tchukotka” pelos habitantes locais. A povoação, com pouco mais de 3.000 pessoas, situa-se numa baía calma, rodeada por um anel de colinas.
Nevoeiro em Egvekinot.
Alexander Krymov / Chukotka Autonomous Area GovernmentA paisagem realmente lembra os Alpes, só que com permafrost e um clima severo: a temperatura média anual ali é inferior a 5 graus Celsius.
Ponto de esqui no verão.
Anna SorôkinaAli há uma pista de esqui e cafés, e também é possível experimentar com o mapa: Egvekinot fica dezenas de quilômetros a leste do meridiano 180 e, portanto, geograficamente, ali você pode entrar no Hemisfério Ocidental sem cruzar o Oceano Pacífico.
A caminho de Lorino.
Anna SorôkinaLorino é a maior aldeia da Tchukotka, onde cerca de 90% dos habitantes (de um total de 1.500) são caçadores marítimos indígenas.
Regata em barcos tradicionais.
Anna SorôkinaEles moram em blocos de apartamentos comuns, assistem TV via satélite, seus filhos frequentam a escola como qualquer outra pessoa, mas também se envolvem na caça tradicional.
Convidados no festival de Beringia.
Anna SorôkinaOs resultados da caça são compartilhados entre os aldeões. Hoje, os caçadores navegam em barcos modernos, mas, todos os verões, realizam competições com caiaques de fabricação própria e celebram o festival folclórico da Beringia.
Festival folclórico de Beringia.
Anna SorôkinaVapor sobre as águas.
Anna SorôkinaFontes termais no permafrost... Não é uma maravilha? Existem cerca de 10 lugares como este na Tchukotka, mas o mais famoso e acessível fica a 15 quilômetros da vila de Lorino. Banhos foram instalados nas fontes termais de Lorino em meados do século anterior, mas depois foi encontrado radônio na água.
A água é muito quente mesmo.
Anna SorôkinaO radônio é um gás radioativo que é formado como subproduto dos depósitos de urânio e tem uma gama de propriedades terapêuticas poderosas. Mas sua radioatividade representa uma ameaça para crianças e jovens, e por isso ele é mais usado como medicamento contra o envelhecimento para idosos, principalmente no tratamento do sistema musculoesquelético.
A temperatura da água nas nascentes ali é de cerca de 40 graus Celsius, às vezes chegando a 60 graus. Este banho termal pode ser desfrutado por no máximo 15 minutos.
Fontes termais com vista para a tundra.
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