Para minha surpresa, fui informado de que um monumento ao “primeiro homem a viajar ao espaço”, Iúri Gagárin, seria instalado na minha cidade natal, nos EUA, e seu busto otimista está agora exposto no Jardim Cultural Russo de Cleveland para todos verem.
Em primeiro lugar, fico feliz em dizer que o escultor Aleksêi Leonov fez um bom trabalho, mesmo para os padrões russos – que são bem altos –, porque existem toneladas de monumentos por todo o país. Até mesmo no minúsculo distrito do bairro de Moscou onde moro, são nada menos que 16 estátuas. Toda vila, por menor que seja, tem algum tipo de monumento a alguém ou alguma coisa, sobretudo a Segunda Guerra Mundial.
Descobri, porém, que o novo monumento enfrenta bastante concorrência e está longe de ser o único memorial a Gagárin além das fronteiras da Rússia. Desde 2012, a fundação “Diálogo de Culturas – Mundo Unido” instalou 45 monumentos em homenagem a Gagárin em todo o mundo. O primeiro foi erguido perto da sede da Nasa em Houston.
Em segundo lugar, devo ser sincero: jamais tinha ouvido falar de um ‘Jardim Russo’ em Cleveland antes de o monumento a Gagárin chegar às manchetes. Cleveland não é uma cidade tão grande, então, eu deveria ter ouvido falar dele ao longo de vários anos de vida. Aparentemente, os Jardins Culturais de Cleveland (que refletem várias culturas, não apenas as da Rússia) já possuem mais de 100 anos e estão em constante crescimento.
Passada a surpresa, veio a questão: em troca desse gesto, qual famoso ‘Clevelander’ deveria ganhar um memorial na Rússia? Afinal, compartilhar culturas deve ser uma via de mão dupla, certo? Eu acho, por exemplo, que a “troika” de Steve Harvey, Joe Walsh e Marilyn Manson ficaria fantástica no parque Zariadie, bem ao lado do Kremlin.
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