Na Rússia, assim como no Brasil, pode-se recorrer ao sistema de saúde tanto público – e universal – como privado. A assistência prestada pelo governo inclui serviços de ambulância, cuidados de saúde primários e secundários (médicos especialistas) e centros de saúde.
No entanto, é preciso obter o seguro saúde obrigatório (seja pelo emprego ou não) para receber atenção médica. As políticas são emitidas pela maior e mais antiga seguradora da Rússia, Rosgosstrakh. A maioria dos serviços são gratuitos, exceto, por exemplo, tratamento dentário ou medicamentos de alto custo.
Os russos também podem adquirir um plano de saúde (cujo preço depende da empresa e dos serviços prestados) para obter tratamento em clínicas particulares. Assim como no Brasil, esses seguros são muitas vezes contratados por empregadores e considerados benefícios de emprego. Outra opção é buscar as clínicas, consultórios e hospitais particulares pagando diretamente pelos serviços.
Seguro para cada caso
Para quem visita a Rússia (e sobretudo para quem precisa de visto, o que não é o caso de brasileiros), é preciso obter um seguro saúde, que dependerá do período da viagem. É uma forma de economizar dinheiro e tempo em eventualidades.
Se a ideia for viver ou trabalhar na Rússia por um período maior, pode-se obter uma apólice de seguro médico obrigatório, que lhe dá o direito de usar os serviços do governo. Para isso, porém, é preciso ter residência permanente na Rússia (verifique os escritórios mais próximos no site oficial, apenas em russo).
A outra alternativa é pagar um plano particular por meio de qualquer companhia de seguros no país.
No caso de emergência
Em caso de emergência, como ferimento grave ou acidente de estrada, deve-se ligar para 103, seja linha fixa ou celular. Existe também um análogo do 911 na Rússia: o 112, para o qual é possível ligar mesmo sem ter um chip válido no celular. Ambos os números funcionam em todo o país e são gratuitos. Se o operador não falar inglês, porém, você precisará pedir para um russo ajudá-lo.
Em grandes cidades, a ambulância chega entre 10 e 20 minutos; em lugares remotos, no entanto, a espera pode ser mais prolongada.
O serviço de ambulância prestado pelo Estado é gratuito para qualquer pessoa.
Em 2010, um amigo da alemã Peggy Lohse teve um problema em Petrozavodsk (a 1.000 km de Moscou), quando participavam de um evento cultural.
“Um colega de nossa equipe decidiu ir a uma casa noturna local. O táxi o trouxe de volta às 5 da manhã, inconsciente, e corremos para chamar uma ambulância. Todo alemão que vem à Rússia tem seguro médico, e ele foi imediatamente enviado para um hospital. Mas havia um problema – ele quase não falava russo nem estava em condições de falar. Então os médicos nos pediram para ajudar a traduzir. Foi a primeira vez que entrei em um hospital público russo”, recorda.
Também pode-se obter tratamento de emergência em clínicas particular. Em julho passado, o professor e escritor norte-americano William Brumfield teve uma emergência médica que exigiu cirurgia enquanto estava em Moscou.
“Amigos russos souberam de uma clínica particular próximo e providenciaram assistência imediata. Desde o início, passei por consultas com o cirurgião-chefe, um especialista de renome mundial em cirurgia gastrointestinal. Ele e seus colegas experientes lideram com a emergência muito bem, e as instalações eram bastante confortáveis”, diz Brumfield.
Idioma não é problema
No caso de pessoas que contrataram um seguro e precisam de atendimento, também não é preciso saber russo ou estar acompanhado de alguém que saiba – é possível ligar para a seguradora contratada e pedir ajudar para encontrar uma clínica com médicos que possam falar, ao menos, inglês. Isso é comum em centros médicos modernos de Moscou, São Petersburgo e outras grandes cidades.
Recentemente, o argentino Germán Cuestas passou por uma experiência assim.
“Ele queria realizar fazer uns exames de urgência, então, encontrou um médico por conta própria. Mas o médico não falava inglês, e ele teve que pegar um tradutor. Como resultado, gastou uma fortuna. Depois, decidiu ligar para sua companhia de seguros, e eles sugeriram uma clínica perto da rua Arbat [no centro de Moscou]. Ele está satisfeito agora, porque lá encontrou um médico que fala várias línguas, incluindo espanhol. E esses serviços médicos estavam cobertos”, conta sua amiga Lucia Bellinello.