Yandex oferece diferentes versões de mapa conforme localização do usuário
Yandex.MapsAs empresas Coca-Cola e PepsiCo se viram recentemente no centro de uma calorosa polêmica depois de incluir a Crimeia como parte da Rússia em uma imagem nas redes sociais. A controvérsia surgiu com a inclusão da península no mapa natalino publicado pela filial russa da Coca-Cola e um consequente anúncio similiar de sua concorrente PepsiCo.
Península da Crimeia aparece "isolada" no extremo ocidente do mapa Foto: Assessoria de imprensa
A Promotoria da Ucrânia reagiu aos anúncios lançando uma investigação criminal contra ambas as empresas pelo reconhecimento público de uma “anexação ilegal e abuso de poder”.
A Coca-Cola imediatamente pediu desculpas e relegou a culpa à agência de publicidade responsável pela elaboração do mapa, enquanto a PepsiCo limitou-se a retirar de circulação a versão controversa do anúncio.
Erro de linguagem
Outra polêmica em torno da questão territorial crimeana foi despertada em um bate-boca on-line entre o assessor de imprensa da embaixada norte-americana em Moscou, Will Stevenson, e seu homólogo em Washington, Iúri Mélnikov.
A disputa diplomática, cheia de sarcasmo e ataques pessoais, foi iniciada no Twitter com a postagem de uma capa da revista norte-americana “Collier”, de 1951, que representa um mapa hipotético da Europa no caso de uma Terceira Guerra Mundial. Nele, os territórios da Crimeia e da Ucrânia aparecem ocupados por nazistas e pintados da mesma cor.
O mapa havia sido postado pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakhárova, para se referir à aproximação da Otan em relação às fronteiras da Rússia. O tuíte não tinha atraído muita atenção... até Stevenson vê-lo.
Our colleagues @MID_RF have recognized the illegality of the attempted annexation of Crimea & returned it to Ukraine pic.twitter.com/4RFaRskTV0
— Will Stevens (@WBStevens) January 29, 2016
“Nossos colegas do @MID_RF [Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia] reconhecem a ilegalidade da tentativa de anexação da Crimeia e a devolvem à Ucrânia”, escreveu Stevenson. Mélnikov logo rebateu.
“Sério?! É a capa da Collier de 27 de outubro de 1951. O mapa ainda é impreciso, mas demonstra a atitude”, disse.
Stevenson, porém, insistiu na conexão histórica entre Ucrânia e Crimeia, justamente por se tratar de um mapa de 1951.
.@yury_melnik Maybe they didn't teach you Soviet history in school? - 1954- Supreme Soviet returns Crimea to Ukraine pic.twitter.com/N7RuaxXz0Y
— Will Stevens (@WBStevens) February 2, 2016
“Talvez não te ensinaram história soviética na escola? Em 1954, o Soviet Supremo devolve a Crimeia à Ucrânia”, publicou o diplomata norte-americano, junto com uma foto de um jornal de 1954 que anuncia o decreto.
.@WBStevens - Transfer, not return. Even Google translate gets it. pic.twitter.com/1DPW308VYO
— Yury Melnik (@yury_melnik) February 2, 2016
No entanto, o jornal cita transferência, e não devolução, da Crimeia à Ucrânia, já que a península foi parte da Rússia desde 1784 até 1954.
“Transferir, não devolver. Até o Google Translate entende”, retrucou o diplomata russo.
Ucrânia inteira
Se não bastassem as controvérsias nas redes sociais, a rede de televisão norte-americana CNN cometeu recentemente uma gafe ao incluir não só a Crimeia como parte da Rússia, como também todo o território ucraniano.
Fonte: CNN
O mapa que apareceu no telejornal mostrava a bandeira russa sobre a Ucrânia, enquanto o apresentador, John Vause, tentava manter a serenidade para falar sobre a crise diplomática e militar entre os países.
Yandex, o enganador
Desde o início das desavenças, o buscador russo Yandex decidiu que o mapa de Crimeia exibido dependeria do local de onde a busca fosse realizada e a posição oficial do país de residência. Na versão ucraniana, a Crimeia pertence à Ucrânia; ja na russa, península faz parte da Rússia.
Para não causar eventuais ofensas a seus usuários, o Yandex também oferece o aplicativo API Yandex, com o qual a pessoa mesma pode definir as fronteiras por conta própria e publicar seu mapa na rede.
O Google, porém, decidiu separar a Crimeia, marcando suas fronteiras com uma linha tracejada, a exemplo da Abecásia. A Sociedade Geográfica dos EUA declarou também que as mudanças em seus mapas não implicam o reconhecimento de um novo status para dada região, mas apenas refletem a situação no mundo.
Quer receber as principais notícias sobre a Rússia em seu e-mail?
Clique aqui para assinar nossa newsletter.
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: