Da esq. para a dir., ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguêi Lavrov; presidente ucraniano Petrô Poroshenko; e presidente russo, Vladímir Pútin
ReutersO FMI (Fundo Monetário Internacional) decidiu rever sua política em relação aos países com dívida soberana em atraso.
Anteriormente, as regras da organização proibiam a prestação de assistência financeira a países com dívidas em atraso. A Rússia se opôs às mudanças, mas não conseguiu alterar o resultado da votação, já que seus votos representam apenas 2,39% do total no conselho.
“A medida do FMI permite que outros devedores interpretem como quiserem suas obrigações da dívida soberana. Dessa maneira, o fundo minou o sistema financeiro internacional", diz o vice-reitor da Academia Presidencial de Economia Nacional e Administração Pública da Rússia, Andrêi Margôlin.
“Os riscos dos credores aumentaram significativamente e, em breve, isso resultará em uma reforma do FMI", completa.
O governo ucraniano deve quitar uma dívida de US$ 3 bilhões com a Rússia até 20 de dezembro, mas Kiev afirmou, repetidamente, que não colocará suas obrigações com o vizinho em dia.
Pelas antigas regras, o FMI teria que cortar sua assistência financeira à Ucrânia.
Falta de garantias
Em novembro de 2015, o presidente russo Vladímir Pútin propôs uma renegociação da dívida ucraniana e um prazo estendido de pagamento para 2018.
Para tanto, porém, Moscou exigia garantias financeiras de outros países, entre eles os EUA e a União Europeia, além do próprio FMI.
Durante o encontro com Pútin em 9 de dezembro, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, declarou que Moscou não conseguiu a confirmação das garantias exigidas.
"O governo norte-americano recusou-se oficialmente a fornecer garantias para as obrigações financeiras da Ucrânia", declarou Siluanov.
De acordo com o relatório oficial do Ministério das Finanças, o governo russo recorrerá ao Tribunal de Arbitragem Internacional de Londres caso Kiev não quite a dívida.
"Aparentemente, a UE e o FMI estão tentando se distanciar do conflito para que ele seja resolvido exclusivamente entre Moscou e Kiev", afirma o analista da consultoria de investimentos Premier, Serguêi Ilin.
Segundo ele, a apresentação de garantias significaria que a Europa pagaria a dívida ucraniana.
"O mais importante é evitar uma catástrofe humanitária na Ucrânia. Mas todos entendem que a decisão do FMI terá um impacto negativo sobre a reputação da instituição na comunidade empresarial internacional", diz Ilin.
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