Novosibirsk, Russia. In the early hours of August 1, a local resident grabbed an ax and tried to smash a monument to Russian Emperor Nicholas II and Tsesarevich (Crown Prince) Alexis that was installed near Alexander Nevsky Cathedral just over two weeks ago.
Alexandr Kryazhev/RIA NovostiEnquanto Nikolai II, último tsar da Rússia que foi executado pelos bolcheviques em 1918, é altamente respeitado por muitos no país e até reconhecido como santo pela Igreja Ortodoxa Russa, outros se recusam a venerá-lo.
Aliás, a recusa foi tão grande em um habitante de Novossibirsk, 2,8 mil quilômetros a leste de Moscou, que ele atacou com um machado um monumento dedicado ao tsar na cidade na última terça-feira (1).
O homem desferiu machadadas na estátua de Nikolai II e seu filho, Aleksêi, também morto em 1918, diversas vezes até a polícia chegar e detê-lo. Antes disso, porém, ele conseguiu destruir a cabeça de Aleksêi. Sua motivação continua desconhecida.
Imperador versus prefeito
Estátua do tsar coberta em Novosibirsk, Rússia. / Foto: Aleksandr Kriajev/RIA Nôvosti
O monumento a Nikolai II foi inaugurado no último mês de julho próximo a uma igreja. Os moradores locais não foram consultados pelas autoridades antes, e o prefeito da cidade, Anatóli Lokot, membro do Partido Comunista da Rússia, também não havia aprovado a escultura – apesar de não ter tido forças para proibi-la.
“É perigoso tomar decisões que dividam nossa sociedade”, disse Lokot, acrescentando que alguns ativistas também lhe pediram a instalação de um monumento a Stálin.
O prefeito admitiu que Stálin era mais próximo a ele “ideologicamente” que o último imperador da Rússia, mas sabia que inaugurar um monumento ao homem responsável pelo Grande Terror (1936-1938) teria levantado ainda mais controvérsia, por isso, recusou a ideia.
Stálin aparece – e desaparece
Monumento a Stálin em Lipetsk. / Foto: Legion Media
Lokot pode ter lembrado de uma homenagem a Stálin na cidade petrolífera de Surgut (2,1 mil quilômetros a leste de Moscou) quando tomou sua decisão.
Apoiadores do líder soviético ergueram uma estátua a ele em 15 de setembro de 2016. Mas ela não durou muito. As autoridades locais a retiraram após reclamações de que ela havia sido instalada ilegalmente.
Em uma barragem do rio Ob, uma estátua de Stálin foi pintada de vermelho para simbolizar o sangue de suas muitas vítimas.
Monumentos a Stálin aparecem de tempos em tempos sem apoio estatal e causam revolta na sociedade, sendo logo retirados.
Em 2015, uma estátua de Stálin em Lipetsk (370 quilômetros a sul de Moscou) também ganhou um balde de tinta, apesar de ter sido construída em um terreno de propriedade do Partido Comunista.
Homenagear ou não
Monumento a Aleksander Koltchak em Irkutsk. / Foto: wikipedia.org
Em outra cidade ainda, Omsk (2,3 mil quilômetros a leste de Moscou), os cidadãos debatem a possível instalação de um memorial a Aleksandr Koltchak (1874-1920), o líder do Movimento Branco que lutou contra os bolcheviques na Sibéria durante a guerra civil russa.
O movimento reconheceu Koltchak como “Líder Supremo” da Rússia, e Omsk se autoproclamou capital até sua queda e morte em 1920.
O governo local decidiu celebrar o almirante em 2016 com uma estátua no aniversário de 200 anos da cidade. Mas os comunistas não gostaram e relembraram a brutal política de Koltchak contra os bolcheviques – que lhe renderam o apelido de “Hitler siberiano”.
O aniversário passou, mas a discussão continuou, e enquanto isso, um enorme monumento de bronze a Koltchak foi erguido em Irkutsk, também na Sibéria, onde o inimigo dos bolcheviques foi morto em 1920.
Tinta ao presidente
Homem limpa memorial ao primeiro presidente da Rússia contemporânea, Borís Iéltsin, em Iekaterimburgo. / Foto: Pável Lisitsin/RIA Nôvosti
Nem o primeiro presidente da Rússia pós-soviética saiu ileso da depredação. O monumento a Borís Iéltsin (1931-2007) em sua cidade natal, Iekaterimburgo (1,4 mil quilômetros a leste de Moscou) foi instalado em 2011 e recebeu amplo apoio estatal.
O então presidente Dmítri Medvedev fez a inauguração e disse que a Rússia deveria ser grata a seu primeiro presidente.
Monumento foi parcialmente destruído e pichado. / Foto: Pável Lisitsin/RIA Nôvosti
Em 24 de agosto de 2012, porém, o monumento foi pichado de azul e as letras que formavam o nome de Iéltsin foram parcialmente retiradas do pedestal.
O vandalismo custou 2,5 milhões de rublos (US$ 41,5 mil). As autoridades locais tiveram até que restabelecer uma polícia especial de observação para prevenir novos ataques.
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