Por causa de bebedeira e grosseria de alguns, estereótipos se mantêm
Grigôri AvoianRecentemente, um famoso programa de TV chamado ‘Nossa Rússia’ (em tradução literal) mostrou dois turistas tipicamente russos em um resort turco. Os protagonistas, Guena e Vovan, não são exatamente o que se poderia de viajantes respeitosos tentando abraçar outra cultura – aliás, bem longe disso. A dupla está sempre bêbada e é geralmente rude, insultando funcionários do hotel e destruindo tudo ao redor, entre outras peripécias. Embora claramente exagerado, muitos russos reconhecem esse comportamento agressivo em algum conhecido – ou neles próprios!
Esse tipo de comportamento é, inclusive, comum dentro do próprio país. Um estudo do site de viagens Triposo, por exemplo, revelou que 42% dos russos consideram que seus compatriotas são “os mais mal comportados” ao viajar pelo país. Nessa mesma pesquisa, a Rússia obteve o terceiro lugar em um ranking de nações com “turistas notoriamente ruins”, perdendo apenas para Estados Unidos e Reino Unido.
O que pensam os estrangeiros?
Embora os russos tenham certa predileção por criticar seus concidadãos, eles não são os únicos chocados com o comportamentos de seus compatriotas no exterior.
Basta começar a digitar “turistas russos” no Google para que a própria ferramenta complemente como “...são os piores” entre as primeiras opções. Entre as reclamações, as mais comuns se referem à grosseria e bebedeira dos russos nas férias.
Mas a lista de razões pelas quais eles são tão impopulares é mais longa e diversificada: falar palavrões em público, comer exageradamente em buffets ou rodízios e até mesmo levar as espreguiçadeiras do hotel para seus quartos para garantir que terão um lugar ao sol no dia seguinte.
Todo tipo de loucura
Não são poucas as histórias de russos que causaram problemas em solo estrangeiro, especialmente em estâncias turísticas na Turquia, no Egito e na Tailândia.
Em junho passado, por exemplo, um turista russo ficou tão bêbado em um voo de Moscou para Nova Déli que ele tentou abrir a porta do avião. Apesar da pressa para sair, ele não esperava, porém, que a polícia estivesse esperando por ele ao pousar.
Em outros episódios polêmicos, dois jovens russos pularam o muro da Acrópole, em Atenas, praticando “parkour”, e um homem extremamente bêbado gravou a letra “K” nas muralhas do Coliseu, em Roma (o motivo, porém, é desconhecido).
Sem generalizações
Independentemente dos casos citados anteriormente, há também russos que atuam como verdadeiros embaixadores do país no exterior.
“É importante lembrar que esses estereótipos de turistas russos embriagados e rudes se refere aos destinos mais populares, como Turquia, Tailândia e, no passado, o Egito. Esses locais são bem mais em conta e, por isso, atraem pessoas com pouco grau de instrução e, por vezes, mal educadas. Às vezes, elas não sabem fazer outra coisa se não ficar bebendo na praia e gritando”, disse Maksim Korneev, consultor da Associação de Operadores Turísticos Academservice, à Gazeta Russa.
No caso da Europa, onde os custos costumam ser mais elevados, a situação é diferente, segundo o especialista. Além disso, o país não é o único cujos cidadãos apresentam mau comportamento no exterior.
Segundo o site Reddit, críticas constantes também são direcionadas a americanos, britânicos e chineses (tanto é que as autoridades deste já criticaram seus cidadãos por ‘danificarem a imagem nacional’).
“Você pode encontrar pessoas mal comportadas de qualquer país. No fundo, tudo se resume a habilidades sociais e educação de alguns indivíduos, e isso nem sempre tem a ver com a nacionalidade das pessoas em questão”, arrematou Korneev.
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