Soviet counterculture
Anastasiya KaragodinaStiliágui (década de 1940 a 1980)
Representantes do movimento dos ‘stiliágui’ dançam twist em Moscou em setembro de 1980. / Foto: Valéri Shustov/RIA Nôvosti
Uma forma própria de contracultura soviética foi incorporada pelos “stiliágui”, cujo movimento nasceu ainda nos anos 1940 e alcançou o auge duas décadas depois, sob o governo de Khruschov e o período conhecido como “degelo”.
Hippies (décadas de 1960 e 1970)
Hippies soviéticos no verão de 1969./ Foto: Lev Nosov/RIA Nôvosti
Depois de a juventude soviética se familiarizar com a cultura ocidental, durante o degelo de Khruschov, muitas outras formas de manifestação da juventude estrangeira penetraram no país, entre elas, a dos hippies.
Os hippies soviéticos eram bem similares aos do resto do mundo, mas, enquanto os hippies norte-americanos se rebelavam contra o consumismo, os soviéticos eram contra o conformismo, de acordo com o autor de “Soviet ‘Flower’ Children”, William Jay Risch.
Os hippies soviéticos também usavam muitas gírias em inglês e eram muito influenciados pelo folclore.
Eles costumavam narrar suas histórias, que intitulavam “telega”. Uma compilação interessante delas foi feita por Stepan Petchkin em “1001 Party Telega”.
Motoqueiros (década de 1980)
Motoqueira soviética posa para foto em 1988. / Foto: Oleg Porokhovniko/TASS
O movimento dos motoqueiros veio a calhar na União Soviética, onde era muito difícil juntar dinheiro para comprar carros. Mas, como afirma o artista e figura influente da subcultura russo-soviética Aleksandr Petlura, era uma minoria que podia comprar motos também.
Os motoqueiros eram geralmente também roqueiros e ouviam música distribuída de forma ilegal no país.
Para os representantes do movimento soviético era difícil, porém, até arranjar jaquetas de couro, que não existiam no país. Assim, enquanto alguns tentavam costurar suas próprias, outros usavam couro sintético mesmo.
Uma diferença entre os representantes soviéticos do movimento e os ocidentais, porém, estava no fato de que, enquanto eles também curtiam caveiras, cruzes e simbologia similar, eram contra bebidas alcoólicas e drogas.
Dançarinos de break (década de 1980)
Dançarino de break no Parque Górki em janeiro de 1988./ Foto: Getty Images
Quando o break ganhou ampla popularidade na contracultura do país, os jovens soviéticos criaram seu próprio estilo, difundindo o uso de tênis brancos e luvas.
Mas, apesar de parecer um look fácil de compor, ele era quase impossível: a maior parte dos tênis disponíveis no mercado soviético de então eram pretos ou marrons. Era muito comum, por isso, que os representantes do movimento do “break” desbotassem seus tênis em água sanitária.
Eles também adoravam acessórios diversos, como correntes, braceletes, regatas e logotipos estrangeiros.
Metaleiros (década de 1980)
Cena de filme de Inna Tumanian sobre metaleiros soviéticos. Julho de 1988. / Foto: S. Ivanov/RIA Nôvosti
Bandas de heavy metal como Black Sabbath, Iron Maiden, Metallica, Judas Priest e Megadeth eram muito populares entre a juventude rebelde dessa época.
Os metaleiros toparam, como os motoqueiros, com um problema grande ao montar seu look durante a URSS, já que não conseguiam jaquetas de couro ou jeans, e tinham que improvisar.
Alguns deles, por exemplo, cortavam bolsas para costurar braceletes de couro a partir de seus pedaços.
Os representantes desse movimento na União Soviética o levavam tão a sério que costumavam parar jovens vestidos como metaleiros e fazer um interrogatório, exigindo que eles listassem pelo menos 15 bandas de metal.
Punks (década de 1980)
Punks em Moscou. / Foto: Iliá Pitalev/RIA Nôvosti
Os punks tinham um estilo menos uniforme, que dependia da região soviética em que viviam. Os punks siberianos, por exemplo, usavam braceletes hippies, enquanto os punks de Tallin (hoje, capital da Estônia) eram indistinguíveis de seus pares europeus.
Seu niilismo contrastava com a aparência externa, de moicanos coloridos, piercings, jaquetas e camisetas de bandas, além, claro, de cintos com rebite feitos a mão.
Na cena punk soviética também era comum que eles gritassem palavrões e blasfêmias enquanto se casavam.
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