Parque temático de animais pré-históricos abre no norte da Rússia

Animais do Permiano são parentes distantes dos humanos, segundo especialistas

Animais do Permiano são parentes distantes dos humanos, segundo especialistas

Governo de Arkhanguelsk
Esculturas são baseadas em esqueletos de período anterior ao dos dinossauros. Local do parque era antigo cemitério de animais que remontam à origem dos mamíferos.

Um parque com esculturas em tamanho real de animais pré-históricos, chamado Dvinopark, abriu no último sábado (10) em Kotlas, na região de Arkhanguelsk (norte da Rússia).

No local que onde hoje há atração foi encontrado, ainda no século 19, um enorme cemitério de animais que viveram durante o período Permiano – último período da era Paleozoica, que inclui o intervalo de tempo entre 299 e 251 milhões de anos.

Segundo o chefe de laboratório no Instituto de Paleontologia de Borisiak, pertencente à Academia Russa de Ciências, Andrêi Sennikov, as criaturas reproduzidas no local não têm nada ver com dinossauros.

“Os dinossauros são apenas um episódio da vida da Terra, embora longo. Os animais do Permiano são nossos parentes distantes e estão mais perto de nós do que os dinossauros. Os dinossauros são parentes distantes dos pássaros”, explica Sennikov.

As esculturas são feitas de concreto e esqueletos metálicos, e ficam expostas ao ar livre. “Elas são pintadas, nós imitamos lã. Os animais são feitos de acordo com desenhos de paleontólogos e os esqueletos encontrados”, diz o escultor Andrêi Slibo.

Os animais que viviam durante o período Permiano na área onde o Dvina do Norte flui agora eram bem diferentes entre si. “Alguns tinham até quatro metros, outros cerca de dois, e outros ainda eram pouco maiores do que um cachorro” diz Slibo.

O Dvinopark (uma união de rio Dvina, que atravessa a região, e o termo park) foi aberto para marcar o 100º aniversário da cidade de Kotlas.

Nascimento da Paleontologia russa

Em 1898, a descoberta, feita pelo geólogo e paleontólogo Vladímir Amalitski foi a primeira do tipo no país e representou o início da paleontologia russa.

“Isso significa escavação sistemática, estudo detalhado e descrição, reconstrução das condições de vida dos animais. Amalitski foi um pioneiro, à frente de muitos colegas estrangeiros”, diz Andrêi Skvortsov, do Museu de Paleontologia de Viatka.

Segundo Natália Nikolaeva, do Museu de História Local de Kotlas, ao longo de dez anos, Amalitski recuperou 20 esqueletos completos de animais e grande quantidade de ossos. “Dois vagões de trem os levaram a Kotlas e depois a Varsóvia”, conta. Os estudos da coleção continuam ainda hoje, porém os objetos são mantidos em Moscou.

O paleontólogo encontrou um enorme cemitério de animais semelhantes a lagartos, dos quais muitos eram desconhecidos da ciência. Para alguns deles, Amalitski deu nomes do lugar onde foram encontrados.

“Dvina é um terapsídeo, e os terapsídeos são ancestrais dos mamíferos. Pode-se dizer que os terapsídeo são nosso antepassados em alguma geração”, diz Skvortsov.

Um terapsídeo clássico é o inostrantsevia, que recebeu esse nome em homenagem ao geólogo e explorador do Ártico Aleksandr Inostrantsev.

“Era um animal com dente de sabre, um predador, que podia atingir quatro metros e meio de tamanho”, diz o pesquisador. O inostrantsevia pode ser comparado com o maior predador terrestre moderno – os ursos polares. “Mas inostrantsevias grandes eram ainda de 1,5 a  2 vezes maiores”, completa.

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