“Aprender russo é como esporte: é preciso ter disciplina”

Hierarquia entre professor e aluno é essencial, segundo educador

Hierarquia entre professor e aluno é essencial, segundo educador

Grigóri Sisoev/RIA Nôvosti
Diretor de centro linguístico em universidade de Moscou dá dicas para estudar idioma sem perder o pique diante das dificuldades.

Seja pelo interesse cultural, literatura ou questões de trabalho, cada vez mais pessoas têm demonstrado interesse em aprender o idioma russo. Porém, a dificuldade de aprendizado faz diversas pessoas desistirem dos estudos antes de concluí-los.

Em entrevista à Gazeta Russa, o diretor do Centro Russo-Italiana da RGGU (Universidade Estatal Russa de Humanidades), Roman Govorukho, falou sobre as peculiaridades de ensino da língua russo para estrangeiros.

É importante estudar com um falante nativo?

Eu e meus colegas estamos convencidos de que é melhor um bom professor que não tenha o russo como língua materna do que um professor medíocre que se aproveita do fato de ter o russo como primeira língua. Além do mais, um professor não nativo reconhece melhor as dificuldades porque vivenciou isso na pele, lutou contra elas.

Tenho muitas vezes observado que os professores “perfeitos” que ensinam sua língua materna não sabem em que focar sua atenção. Outra coisa: no caso de principiantes, chega a ser prejudicial ter aulas com um falante nativo; ao contrário, nos níveis mais avançados, torna-se imperativo trabalhar com um falante nativo.

Govorukho: "Estudar uma língua é como reconstruir a visão de mundo" (Foto: Vitáli Mikhailiuk)Govorukho: "Estudar uma língua é como reconstruir a visão de mundo" (Foto: Vitáli Mikhailiuk)

Qual é o método mais equivocado de estudar uma língua?

Acho que existem várias maneiras de estudar um idioma. Algum tempo atrás, a moda era: ouvir a uma gravação de um texto lido em língua estrangeira, colocar os fones de ouvido e ir para cama dormir. No dia seguinte, ao acordar, já havia se aprendido tudo. Ou, pelo menos, é o que falavam. Mas isso tudo é absurdo. Estudar uma língua requer trabalho duro, é como construir uma nova visão de mundo. Por isso, acredita-se que seja muito mais fácil para uma criança pequena aprender uma língua estrangeira.

Os estudos também não devem ser feitos por conta própria, como autodidata, se a ideia fora aprender a língua a fundo. Salvo raras exceções, é claro. O melhor é mesmo estudar com um professor, em um grupo, porque a linguagem é um meio de se comunicar.

Fora isso, alguns colegas de profissão estrangeiros dizem hoje que um professor deve manter uma relação de igualdade com os alunos, como “parceiros”. Acho que isso é uma jogada inteligente. Na verdade, deve haver uma clara separação de papéis entre o professor e o estudante. É preciso entender que o professor é superior ao aluno. É um pouco como nos esportes: se você quiser praticá-lo profissionalmente, é necessário ter disciplina.

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