Trem elétrico no Anel Central de Moscou
Maksim Blinov/RIA NôvostiA paisagem urbana e a infraestrutura de transportes de Moscou passaram por várias mudanças nos últimos seis anos. Alguns desses desenvolvimentos foram reconhecidos durante a Cúpula Mundial de Transportes Públicos da UITP (União Internacional de Transporte Público), que aconteceu em Montreal, entre 15 e 17 de maio.
No evento, a capital russa recebeu um dos mais prestigiados prêmios de mobilidade, apelidado de ‘Oscar do transporte’, por suas evoluções no planejamento urbano, e foi capaz de ultrapassar grandes centros da Índia, da China e da Europa.
Em discurso durante a premiação, o secretário-Geral da UITP, Alan Flausch, aproveitou para destacar que o prêmio de Reconhecimento Especial seria concedido não apenas para um projeto, mas para uma série de iniciativas.
“Pela primeira vez, o prêmio vai para Moscou, que tem mostrado uma abordagem completamente diferente para o desenvolvimento de transportes públicos urbanos nos últimos anos. As conquistas foram enormes”, ressaltou Flausch.
A Gazeta Russa selecionou cinco inovações que contribuíram para a vitória.
Anel Central de Moscou
(Foto: Andrêi Nikeritchev/Agência Moskva)
Lançado em setembro passado, o Anel Central de Moscou é uma nova linha de superfície do sistema metroviário de Moscou. Transporta cerca de 350 mil passageiros por dia e ajuda a desafogar as estações de metrô mais lotadas e os terminais ferroviários na cidade e seus arredores.
Além disso, o novo meio de transporte cumpre os mais elevados padrões ambientais, técnicos e sociais: as estações têm acesso para passageiros com mobilidade reduzida, e os trens são equipados com painéis eletrônicos de informação, sistemas de controle da temperatura, acesso Wi-Fi gratuito e tomadas para carregar dispositivos móveis.
Renovação de frotas
(Foto: Evguênia Novojenina/RIA Nôvosti)
Desde 2010, a Prefeitura de Moscou vem renovando a frota de transportes, com investimento total de US$ 210 milhões. Até o final do ano passado, 95% dos ônibus, bondes e trens de metrô haviam sido substituídos.
Os novos veículos seguem os mais recentes padrões ambientais, e sua implantação, associada a outras medidas municipais, ajudaram a reduzir a poluição do ar em Moscou em 11% nos últimos cinco anos.
O governo da capital planeja agora investir anualmente cerca de US$ 87 milhões na compra de novos veículos de transporte ecológicos. Prova disso é a nova geração de bondes elétricos e trólebus (ambos fabricados na Rússia) recentemente incorporados.
Além disso, o departamento responsável revisou as rotas de transporte público e integrou os mini-ônibus (antes de propriedade privada e independentes) ao sistema.
Trem para todo lado
(Foto: Evguêni Samarin/RIA Nôvosti)
Desde o início do programa de modernização, em 2010, as autoridades municipais compraram mais de 700 vagões novos e reconstruíram 764 estações ferroviárias em Moscou e seus arredores. No total, 35 trens antigos foram modernizados, e 41 novos trens de geração se juntaram à frota. Há rede Wi-Fi disponível em todos os trens, e o tempo médio entre os serviços na hora de pico caiu de 7,3 para 6,6 minutos.
Como resultado dessas mudanças, o tráfego de passageiros aumentou em 31%, para 1,9 milhão de pessoas ao dia, em 2016.
Monitoramento e vagas na rua
(Foto: Artiom Geodakian/TASS)
Nos últimos anos, o mapa da capital russa também vem sofrendo alterações, com a construção de novas vias e a manutenção das antigas. O sistema de monitorização do tráfego e sua integração em um chamado “sistema de transporte inteligente” também ajudaram a reduzir o número de engarrafamentos e acidentes – o número de desastres, por exemplo, caiu 46%, de 609 mil em 2010 para 329 mil em 2016. Paralelamente, a velocidade média no trânsito aumentou em 13% no mesmo período.
Somado a isso, as autoridades municipais reorganizaram os espaços para estacionamento na cidade e introduziram um sistema de pagamento mais conveniente. Agora, existem 81 mil vagas de estacionamento pagas, cobrindo as áreas mais movimentadas perto de shopping centers, centros empresariais, estações de metrô, terminais ferroviários e parques. O preço para estacionar no centro da cidade – geralmente apinhado de gente – vai até 200 rublos (US$ 3,5) por hora.
Moscou sobre duas rodas
(Foto: Anton Novoderejkin/TASS)
Uma das mudanças mais significativas dos últimos tempos para os moradores da capital russa foi a introdução de pontos de aluguel e estacionamentos para bicicletas, o que facilitou a movimentação pelo centro de Moscou. Só em 2016 foram criadas 19 mil vagas de estacionamento para bicicletas e mais de 330 pontos de aluguel.
Todos os anos, a cidade promove ainda a iniciativa “Pedale para o Trabalho”, por meio da qual oferece descontos e prêmios para os participantes. Este ano, a ação, que ocorre em mais de 60 cidades, foi iniciada na última sexta (19) e seguirá até o próximo dia 28.
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