YouTuber é condenado a 3,5 anos por caçar Pokémon em igreja

Ruslan foi detido em setembro de 2016 após publicar vídeo no Youtube.

Ruslan foi detido em setembro de 2016 após publicar vídeo no Youtube.

Reuters
Blogueiro de 23 anos ficará em condicional por “incitação ao ódio religioso”.

Nesta quinta-feira (11), o tribunal de Iekaterinburgo (1.700 km a leste de Moscou) condenou o YouTuber russo Ruslan Sokolôvski a 3,5 anos de prisão condicional por caçar Pokémon em uma igreja. O blogueiro foi declarado culpado por instigar o ódio aos fiéis.

Ruslan foi detido em setembro de 2016 após publicar um vídeo no Youtube com comentários de áudio inseridos posteriormente à gravação. No vídeo, Sokolôvski passeia caçando Pokémons pela "Igreja do Sangue", construída no lugar onde o tsar Nicolau II e sua família teriam sido assassinados durante a Revolução Russa.

Declarando-se ateu, Ruslan decidiu filmar dentro do estabelecimento após assistir, em um canal de TV federal, à notícia de que jogar Pokémon Go em igrejas poderia render processos criminais por insulto aos sentimentos dos fieis.

O blogueiro caraterizou o processo como “um novo ataque contra a liberdade de expressão”, não declarou a culpa, negou ser extremista e declarou que seu delito não é "violento de maneira alguma".

"Posso ser um idiota, mas não sou extremista", declarou o blogueiro ao tribunal. "Há muito tempo, pessoas eram presas em campos e por muito mais tempo, não 3,5 anos, mas décadas, simplesmente por fazer piadas com o comunismo e Stálin", disse.

O prefeito de Iekateringurgo, Evguêni Roizman, e a Anistia Internacional (AI) têm pedido sua liberdade.

Durante os três anos e meio de condicional, o blogueiro não poderá mudar de emprego ou residência sem uma autorização judicial, tampouco sair do país ou participar de manifestações.

Após a sentença, Sokolôvski agradeceu à imprensapelo apoio. "Acho que essa sentença é quase uma absolvição. Estou satisfeito que não estarei na prisão", declarou Sokolôvski.

A lei utilizada para condenar Sokolôvski é a mesma que levou o grupo musical “Pussy Riot” a cumprir dois anos de cadeia, a partir de 2012, depois da polêmica “oração Punk” no interior de uma catedral de Moscou.

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